O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou nesta sexta-feira (8) um cidadão do Irã de estar envolvido em um plano coordenado pela Guarda Revolucionária Islâmica para assassinar o presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
Segundo o Departamento de Justiça, o iraniano, identificado como Farhad Shakeri, de 51 anos, recebeu ordens para vigiar e planejar o assassinato de Trump, seguindo instruções do regime iraniano. Shakeri, que já cumpriu pena por roubo nos EUA, não está mais vivendo no país e acredita-se que ele resida atualmente em Teerã.
O procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, afirmou que Farhad Shakeri foi orientado a "coordenar uma rede de criminosos para executar os planos de assassinato do Irã" em solo americano. Garland destacou que Shakeri teria recrutado, enquanto estava na prisão, dois residentes de Nova York, Carlisle Rivera e Jonathan Loadholt, que integravam sua rede clandestina. A missão dessa rede seria executar planos de assassinato ordenados pelo regime islâmico contra dissidentes que vivem nos Estados Unidos.
De acordo com Garland, Loadholt e Rivera teriam ajudado Shakeri a vigiar um outro cidadão norte-americano de origem iraniana, identificado como um jornalista crítico ao regime dos aiatolás, que já havia sido alvo de um plano de sequestro em 2021 e de tentativas de assassinato. Segundo informações da agência Reuters, embora as autoridades não tenham identificado o nome da vítima, a descrição coincide com Masih Alinejad, uma jornalista e ativista contra as leis iranianas sobre o uso obrigatório do hijab, ou véu.
Loadholt e Rivera já estão presos. Shakri foi dado como foragido e ficará na mira das autoridades americanas. Os três homens foram formalmente acusados pelos crimes de homicídio de aluguel, conspiração para cometer homicídio de aluguel e conspiração para lavagem de dinheiro, com penas que variam de dez a 20 anos de prisão. Shakeri também enfrenta acusações de conspiração para fornecer apoio material a uma organização terrorista e de conspiração para violar as sanções impostas ao Irã, crimes cuja pena máxima pode chegar a 20 anos de reclusão para cada acusação.
Em setembro deste ano, a inteligência americana informou à campanha de Trump que o Irã tinha planos para executar o agora presidente eleito. Na época, a segurança do republicano foi reforçada em comícios e viagens, que tiveram também que passar por fortes mudanças para se adequar ao cenário de ameaça.
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