Os Estados Unidos acusaram nesta segunda-feira (1º) o Egito de reprimir a liberdade de expressão, depois de promotores interrogarem o mais conhecido comediante de TV do país por acusações de ter insultado o presidente Mohamed Mursi e o islamismo. Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Estado, sugeriu também que as autoridades egípcias estariam perseguindo seletivamente pessoas acusadas de insultar o governo, ao mesmo tempo em que estariam minimizando ou ignorando ataques contra manifestantes de oposição.
Bassem Youssef, que ganhou fama com um programa humorístico pela internet depois da rebelião popular que derrubou o regime de Hosni Mubarak, em 2011, se entregou às autoridades no domingo, depois de ter sua prisão decretada na véspera pelo procurador-geral.
Youssef, cujo programa está agora na TV, chegou à sede da procuradoria usando um chapéu de formatura gigante, semelhante ao que Mursi envergou ao receber um título "honoris causa" em março no Paquistão. Ele foi libertado após pagar fiança equivalente a 2.200 dólares.
"Temos preocupações de que a liberdade de expressão esteja sendo cerceada", disse Nuland a jornalistas em Washington. "(A detenção de Youssef), junto com recentes mandados de prisão emitidos para outros ativistas políticos, é evidência de uma perturbadora tendência de crescentes restrições à liberdade de expressão."
"O governo do Egito parece estar investigando esses casos, ao passo que tem sido lento ou inadequado em investigar ataques contra manifestantes fora do palácio presidencial em dezembro de 2012, outros casos de extrema brutalidade policial, e bloqueou ilegalmente a entrada de jornalistas", acrescentou ela. "Não parece haver uma aplicação equilibrada da justiça."
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