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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou oito empresas chinesas e 12 de seus executivos de crimes relacionados à produção, distribuição e importação de Fentanil, droga sintética 50 vezes mais potente que a heroína, e outros opiáceos para o país.
O procurador-geral do Estado, Merrick Garland, anunciou as acusações em declaração à imprensa nesta terça-feira (3). Segundo o funcionário do governo americano, há provas de elementos utilizados para fabricar Fentanil procedentes principalmente de empresas químicas sediadas na China.
Garland disse que essas empresas anunciam a venda de produtos na internet por meio de diversas plataformas e, para evitar a Justiça americana, utilizam endereços de devolução falsos ou faturas fraudulentas, bem como rótulos ou embalagens falsas para esconder os produtos, como sacos de comida para cães.
O procurador-geral deu como exemplo uma dessas empresas, que vendia Xilazina, um sedativo usado para aumentar os efeitos do Fentanil e assim subir seu valor.
Ao contrário de outros opioides, os efeitos da Xilazina não desaparecem com o Narcan – o medicamento para reversão de overdose – e aqueles que o usam com Fentanil podem sofrer graves lesões que terminam em desfigurações ou amputações.
Uma das acusações do governo americano foi possível quando um executivo recomendou um precursor de Fentanil e assegurou que levaria um nome diferente no rótulo para garantir uma venda segura. O cliente era um agente da DEA, a Agência Antidrogas dos Estados Unidos.
“Sabemos quem é o responsável pelo envenenamento do povo americano com Fentanil, pela destruição de famílias e comunidades em todo o país”, disse Garland na entrevista coletiva, acrescentando que por trás das centenas de milhares de mortes existe uma rede de tráfico de drogas que atinge vários países e continentes.
“E sabemos que esta cadeia global de fornecimento de Fentanil muitas vezes começa com empresas químicas na China”, afirmou.
As empresas chinesas enfrentam acusações nos tribunais dos distritos do centro e sul da Flórida.
O Fentanil é atualmente a droga mais mortal dos EUA, responsável por uma grave crise de saúde pública no país. No ano passado, dados oficiais registraram mais de 100 mil mortes por overdoses, sendo quase 80% relacionadas a opioides e 66% ligadas ao novo entorpecente. (Com agência EFE)