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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou na terça-feira (30) acusações contra dez espiões chineses, hackers e outros acusados de conspirar para roubar informações sigilosas de companhias aéreas comerciais e segredos de outras empresas norte-americanas e europeias. 

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Esta é a terceira vez desde setembro que os Estados Unidos fizeram acusações contra agentes de inteligência chineses e seus recrutas por roubar propriedade intelectual norte-americana. Também ocorre em meio a uma guerra comercial em curso e ao agravamento geral das relações entre Washington e Pequim. 

“Este é apenas o começo”, disse o procurador-geral assistente John Demers. “Juntamente com nossos parceiros federais, redobraremos nossos esforços para salvaguardar a engenhosidade e o investimento dos EUA”. 

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A suposta conspiração durou pelo menos cinco anos, a partir de 2010, e se concentrou no roubo de tecnologia fundamental para um motor turboventilador usado em jatos comerciais dos EUA e da Europa, disseram autoridades. O motor estava sendo desenvolvido por meio de uma parceria entre uma empresa francesa com escritório em Suzhou, na China, e uma empresa dos EUA. 

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Nenhuma das empresas foi identificada na acusação e nenhum dos supostos conspiradores está sob custódia dos EUA. 

A acusação foi emitida em 25 de outubro no Distrito Sul da Califórnia. 

Os réus hackearam a empresa francesa, bem como empresas do Arizona, Massachusetts e Oregon que faziam peças para o motor a jato, afirmaram as autoridades. Na época das intrusões, uma empresa aeroespacial estatal chinesa estava desenvolvendo um motor a jato comercial similar, disseram eles. 

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A alegada invasão de segredos comerciais em benefício de uma empresa chinesa ocorreu antes de Pequim ter prometido a Washington, em setembro de 2015, não realizar esse tipo de espionagem. Especialistas disseram que, desde então, a espionagem comercial cibernética da China foi retomada, em particular pelo Ministério da Segurança do Estado (MSS), que realiza espionagem não-militar no exterior e lida com a contrainteligência doméstica. 

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Dois dos réus, Zha Rong e Chai Meng, são oficiais do Ministério da Segurança do Estado da Província de Jiangsu (JSSD), um braço do MSS na província. 

Zha Rong é acusado de comandar a invasão na empresa francesa. Chai Meng, que também é conhecido como “Cobain”, coordenou os hackers e a atividade de dois funcionários chineses da empresa francesa, que também foram acusados por seu papel na facilitação do roubo de tecnologia, afirmaram autoridades dos EUA. Esses funcionários, Gu Gen e Tian Xi, trabalhavam no escritório da empresa em Suzhou. 

De acordo com a acusação, em janeiro de 2014, Tian recebeu um malware (programa malicioso) de seu prestador no MSS e o instalou em um computador da empresa. Um mês depois, Gu, que supervisionava a segurança da informação no escritório da companhia francesa de Suzhou, alertou seus colegas quando autoridades estrangeiras notificaram a empresa sobre o malware, disseram promotores americanos. 

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Como resultado, dois outros acusados apagaram evidências que ligavam o malware a uma conta controlada pelos agentes do governo chinês, disseram os promotores. 

A primeira suposta invasão ocorreu em janeiro de 2010, quando os réus sabotaram a Capstone Turbine, uma fabricante de turbinas a gás baseada em Los Angeles, para roubar dados e usar seu site para espalhar malware. 

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Seguiram-se outras tentativas de invasão, inclusive contra uma empresa de informática não identificada em San Diego, cuja rede foi repetidamente comprometida, causando milhares de dólares de prejuízos, disseram os promotores. Naquela conspiração, disseram os promotores, Zhang Zhang-Gui, um hacker que trabalha na direção do MSS provincial, deu a seu amigo Li Xiao o malware que havia sido desenvolvido pelos agentes que hackearam a Capstone Turbine. Com esse malware, Li conseguiu invadir a empresa de San Diego, alegaram os promotores. 

Este mês, o Departamento de Justiça anunciou que um oficial de inteligência do MSS foi extraditado para o Distrito Sul de Ohio sob a acusação de que ele tentou roubar segredos comerciais relacionados a motores de aviões a jato. No mês passado, um grande júri indiciou um recruta do Exército dos EUA acusado de trabalhar como agente de um espião chinês.

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