Eleições de meio de mandato são desafio para o presidente Donald Trump| Foto: NICHOLAS KAMM/AFP

Os Estados Unidos acusaram a Rússia, a China, o Irã e outros países de minar a confiança na democracia americana. Em um comunicado conjunto, o gabinete do diretor de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, o Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês), o Departamento de Justiça (DoJ, na sigla em inglês) e o FBI disseram estar preocupadoscom atividades que "procuram influenciar as percepções e a tomada de decisão dos eleitores" nas eleições de meio de mandato deste ano e nas eleições gerais de 2020. 

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Segundo elas, agências, as "campanhas em andamento" podem assumir muitas formas. Os exemplos incluem tentativas de influenciar os eleitores por meio de redes sociais, patrocinando conteúdo em língua inglesa, como o canal russo RT, ou "disseminando desinformação por meio de porta-vozes simpatizantes em relação a candidatos políticos e disseminando propaganda estrangeira". 

Autoridades de inteligência disseram, no ano passado, que a Rússia tentou interferir na eleição presidencial de 2016 por meios similares. 

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Após a divulgação do comunicado, o Departamento de Justiça acusou uma mulher russa de interferir nas eleições americanas, inclusive no pleito de meio de mandato, que irá ocorrer em novembro, por meio das redes sociais. 

Segundo o DoJ, Elena Alekseevna Khusyaynova trabalhou para uma organização cujos integrantes se dedicam a criar conflitos e divisão em interações nas redes sociais. Esse grupo já foi indiciado em fevereiro pelo conselheiro especial Robert Mueller, que investiga a interferência russa na eleição americana de 2016. 

Procuradores afirmam que a mulher, de São Petersburgo, gerenciava as finanças de uma operação de interferência estrangeira chamada "Project Lakhta", que teria como objetivo "semear a discórdia no sistema político" dos Estados Unidos ao espalhar desinformação nas redes sobre temas que dividem os americanos, como imigração e controle de armas. 

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O projeto teria sido financiado pelo oligarca russo Yevgeniy Viktorovich Prigozhin, que já havia sido indiciado por interferir nas eleições presidenciais de 2016, e por duas empresas que ele controla, a Concord Management and Consulting LLC and Concord Catering, de acordo com a acusação. 

Uma queixa criminal impetrada contra a mulher a acusa de ter gerenciado as finanças do Projeto Lakhta, incluindo despesas detalhadas para atividades nos EUA, como pagamento de ativistas, propagandas em mídias sociais, registro de nomes de domínio, compra de servidores proxy e divulgação de notícias nas mídias sociais. 

 Entre 2016 e 2018, o orçamento operacional do Projeto Lakhta excedeu US$ 35 milhões.Ssó uma parte desse dinheiro tenha como alvo os EUA, disseram os promotores.

Apenas Elena foi citada na acusação. Os procuradores afirmaram que os conspiradores "deram passos extraordinários para parecer que eram ativistas políticos americanos comuns".