O principal advogado do Departamento de Estado americano admitiu nesta quinta-feira que a Cruz Vermelha não está tendo acesso a todos os prisioneiros sob custódia das forças dos EUA, mas recusou-se a discutir os supostos centros de detenção secretos.

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John Bellinger, assessor jurídico do departamento, afirmou também que algumas das acusações sobre as prisões secretas da CIA no Leste Europeu são "tão exageradas que chegam ao ridículo".

Ele falou a repórteres em Genebra, enquanto em Bruxelas a secretária de Estado, Condoleezza Rice, afirmava aos aliados dos EUA que o tratamento que o país dá aos prisioneiros está dentro das leis internacionais.

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Grupos de defesa dos direitos humanos acusam a CIA de administrar prisões secretas no Leste Europeu e de transportar detentos também em segredo, na guerra contra o terror. Para os grupos ativistas, esse tipo de detenção costuma levar à tortura.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (ICRC) vem pressionando o governo Bush há dois anos por informações sobre o "número desconhecido de pessoas capturadas na chamada guerra global ao terror, e mantidas em locais não-divulgados", e por acesso a essas pessoas.

Bellinger afirmou que, na base da Baía de Guantánamo, em Cuba, onde estão detidos cerca de 500 suspeitos de terror, a Cruz Vermelha tem acesso a "absolutamente todo mundo".

Mas, questionando se o ICRC tivera acesso a todos os detentos presos em outros lugares em situação semelhante, respondeu que não, recusando-se a dar detalhes.

O presidente do ICRC, Jakob Kellenberger, falou sobre sua preocupação com as pessoas mantidas em locais secretos em janeiro de 2004 a autoridades norte-americanas, entre elas Rice.

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- O diálogo continua sobre a questão. Gostaríamos de obter informações sobre eles e acesso a eles - disse na quinta-feira o porta-voz do ICRC Florian Westphal.

A Cruz Vermelha, que visita prisioneiros em 80 países, verifica as condições de detenção e promove a comunicação com as famílias dos presos. O ex-presidente iraquiano Saddam Hussein está entre os visitados.

Rice anunciou em Kiev na quarta-feira que os EUA disseram explicitamente a seus investigadores que as regras sobre o tratamento humano aplicam-se a todos os prisioneiros, e não somente aqueles que estejam dentro dos Estados Unidos - uma mudança de política que ocorreu há semanas, mas que não havia sido oficialmente declarada até então.