Atualizado em 19/10/2006 às 20h54
A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, advertiu nesta quinta-feira a Coréia do Norte de que terá que enfrentar "graves conseqüências" se realizar um segundo teste nuclear. As declarações foram feitas em Seul, onde a secretária se reuniu com o ministro de Assuntos Exteriores sul-coreano e futuro secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon. Rice acrescentou, no entanto, que o caminho ainda está aberto para Pyongyang negociar sobre seu programa de armas nucleares.
- Queremos deixar o caminho aberto para negociações, não queremos que a crise cresça - disse Rice em Seul, após se reunir com o ministro das Relações Exteriores da Coréia do Sul, Ban Ki-moon.
Rice chegou a Seul nesta quinta-feira, após visita a Tóquio, onde se reuniu com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e manteve o compromisso dos Estados Unidos em defender seus aliados asiáticos , em uma tentativa de evitar uma corrida armamentista na região. Ainda no Japão, a secretária já havia afirmado que mais medidas poderiam ser tomadas se a Coréia do Norte realizasse mais um teste atômico .
Em Seul, a secretária acrescentou que espera que o enviado chinês em visita a Pyongyang consiga convencer a Coréia do Norte em retornar às negociações.
O conselheiro de Estado chinês, Tang Jiaxuan, se reuniu nesta quinta-feira em Pyongyang com o presidente da Coréia do Norte, Kim Jong-il, a quem levou uma mensagem especial do presidente da China, Hu Jintao, confirmou o Ministério de Relações Exteriores chinês.
- Trata-se de uma visita muito significativa, levando em conta as grandes mudanças na situação na península coreana - disse o porta-voz do Ministério, Liu Jianchao.
Tang, ex-ministro de Relações Exteriores, viajou como enviado especial de Hu. Ele chegou ontem à tarde (horário local) a Pyongyang, acompanhado dos vice-ministros Wu Dawei (representante chinês para as conversas nucleares) e Dai Bingguo.
- A visita nos dá uma oportunidade para trocar pontos de vista sobre relações bilaterais e a situação na península - afirmou Liu.
Rice também irái a Pequim e Moscou para discutir o modo de aplicar a resolução do Conselho de Segurança da ONU, aprovada no sábado passado, que impõe sanções ao regime de Pyongyang.
Em Tóquio, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse nesta quinta-feira que os Estados Unidos tomarão "mais medidas" se a Coréia do Norte levar a cabo um segundo teste nuclear.
A secretária fez a declaração a um grupo de jornalistas japoneses antes de visitar o primeiro-ministro Shinzo Abe, reunião que encerrou a primeira etapa de seu giro asiático.
- Analisaremos mais medidas - disse ela segundo a agência Kyodo.
Condoleezza iniciou uma ofensiva diplomática para obter o compromisso do Japão, da Coréia do Sul e da China no que diz respeito à aplicação de sanções contra a Coréia do Norte, que foram aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU .
A resolução exige a suspensão imediata de suas atividades nucleares e proíbe a venda ou a transferência de qualquer tipo de material relacionado a armas não-convencionais. Também estabelece o bloqueio aéreo, a proibição da venda de artigos de luxo à Coréia do Norte e o embargo das contas bancárias no exterior dos dignatários norte-coreanos.
O documento do Conselho de Segurança exige ainda que Pyongyang retome as conversações com Coréia do Sul, China, Rússia, Estados Unidos e Japão sobre seu programa atômico e retorne aos termos do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares.
Os democratas americanos querem que o governo converse diretamente com os norte-coreanos.
Em entrevista dada à rede ABC de televisão no fim da tarde de quarta-feira, o presidente George W. Bush fez outro alerta, para que a Coréia do Norte não leve sua tecnologia nuclear ao mercado mundial.
O falatório americano ocorre num momento em que o próprio país duvida da possibilidade de um novo teste nuclear iminente.
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