O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, ligou nesta terça-feira (6) para o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, para oferecer assistência no resgate das cerca de 200 garotas sequestradas em uma escola da cidade de Chibok pela milícia radical islâmica Boko Haram.
Jonathan agradeceu e aceitou a oferta de Kerry de enviar uma equipe à Nigéria para discutir como os Estados Unidos podem apoiar de maneira mais efetiva a resposta do governo ao sequestro em massa, disse nesta terça-feira (6) a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.
"Além disso, nossa embaixada em Abuja está preparada para formar uma célula de coordenação, uma equipe interdisciplinar, e como discutiram no telefonema, que possa fornecer, com sua experiência em inteligência, investigações e negociações sobre os reféns, ajuda na troca de informação e proporcionar ajuda às vítimas", acrescentou Psaki.
A porta-voz explicou que a assistência incluiria pessoal militar dos Estados Unidos e outro com experiência em outras áreas que possam ser úteis para o governo da Nigéria.
"O presidente [Barack Obama] ordenou que tanto nós como o secretário e o Departamento de Estado, façamos todo o possível para ajudar o governo da Nigéria a encontrar e libertar estes jovens", acrescentou a porta-voz.
Obama e Kerry, disse Psaki, conversarão sobre o assunto ao longo do dia.
Já o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, reiterou nesta terça (6) que o governo nigeriano deve tomar medidas para garantir que estão sendo usados todos os recursos possíveis para resgatar as meninas, sempre respeitando os direitos humanos.
Desde que as estudantes foram sequestradas, em 14 de abril, as manifestações não pararam na Nigéria, onde mães, intelectuais e cidadãos exigiram uma resposta mais contundente do governo ao crime.
A polícia deteve segunda-feira (5), na capital nigeriana, Naomi Mutah Nyadar, uma das manifestantes que lideram os protestos, o que foi considerado uma manobra do governo de Jonathan para frear as manifestações.
"Estas meninas foram capturadas há 22 dias. O tempo é essencial. Devem ser tomadas as medidas apropriadas antes que sejam torturadas ou assassinadas", advertiu Carney.
Enquanto continua sem ser confirmado o número exato de meninas sequestradas ou libertadas, por causa da publicação de informações contraditórias pelas autoridades, aumentam os rumores sobre abusos por parte dos sequestradores, depois que uma delas que conseguiu escapar relatasse que elas estavam sofrendo até 15 estupros por dia.
Desde que a polícia matou, em 2009, o líder de Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que já deixou mais de 3 mil mortos no país africano.
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