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O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, defendeu nesta segunda-feira (06) a decisão do governo americano de derrubar o balão espião chinês que ficou vários dias sobrevoando o país e ressaltou que ela foi tomada com base no direito internacional.
Em entrevista coletiva, Kirby reiterou que os EUA têm provas suficientes de que o balão era usado para espionar locais estratégicos, mas afirmou que, apesar do incidente, "não há motivos" para que as tensões na relação com a China "levem a algum tipo de conflito".
"Os Estados Unidos agiram de acordo com o direito internacional e em defesa de nossa pátria e de nosso espaço aéreo soberano", disse ele em uma entrevista coletiva dois dias após a derrubada do balão com um míssil perto da costa do estado da Carolina do Sul.
O disparo, ainda segundo Kirby, foi feito "a cerca de seis milhas da costa dentro de nosso espaço aéreo territorial para que pudéssemos cumprir a lei internacional, ao contrário dos chineses, que não cumpriram a lei internacional sobrevoando o espaço aéreo soberano dos EUA".
"Estamos absolutamente dentro de nossos direitos de tirar o balão deles e vamos recuperar o máximo que pudermos para aprender sobre sua missão", enfatizou.
Kirby fez a declaração após o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Xie Feng, acusar os EUA de exagerar e "violar seriamente o espírito do direito internacional" com um "uso indiscriminado da força".
Xie acrescentou que a China protegerá os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas e "defenderá os interesses e a dignidade do país", uma declaração que lançou sinais de alerta sobre um possível conflito entre as duas potências.
Entretanto, Kirby tentou minimizar o incidente, assegurando que "não há motivos" para que as tensões na relação bilateral "levem a algum tipo de conflito".
Por esta razão, de acordo com ele, a visita do secretário de Estado Antony Blinken à China, que deveria ter sido realizadda no último fim de semana, "não foi cancelada, mas adiada".
Enquanto a China continua a alegar que o balão fazia parte de uma missão civil para obter dados meteorológicos, os EUA argumentam que têm provas suficientes de que o balão se destinava a espionar locais sensíveis de segurança nacional.
"Eles querem que acreditemos que este foi algum tipo de balão meteorológico inocente que estava apenas flutuando no ar. Sabemos que eles tinham controle sobre sua velocidade e direção e acreditamos que ele estava conduzindo vigilância em locais militares hipersensíveis dentro dos Estados Unidos", disse.