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O secretário de Energia dos Estados Unidos, Steven Chu, acusou nesta segunda-feira o Irã de usar suas atividades nucleares para "provocar", e alertou que o país está cada vez mais próximo de produzir urânio próprio para armas atômicas.

Em discurso no plenário da 55ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em Viena, Chu garantiu que o Irã continua com sua longa tradição de "negar e enganar" sobre seu programa nuclear.

"Várias vezes o Irã se recusou a dar mais detalhes sobre seu programa nuclear e suas instalações nucleares", disse.

"Expandir e transferir para baixo da terra atividades de enriquecimento de urânio representa uma provocação significativa, além de fazer com que o Irã esteja cada vez mais perto da capacidade de produzir urânio próprio para armamento, ressaltou Chu.

O secretário americano referia-se à recente decisão do Irã de triplicar a produção de urânio altamente enriquecido (mais de 20% de pureza) e transferir a produção para uma indústria subterrânea perto da cidade de Qom, no centro do país.

O vice-presidente do Irã e principal responsável pelo programa nuclear, Fereydoun Abbasi-Davani, rejeitou as acusações e garantiu que as pressões de alguns países, como Estados Unidos e Israel, obrigaram o Irã "a ocultar suas atividades nucleares pacíficas sob a terra".

Em discurso no plenário da Conferência, cheio de menções históricas e reprovações aos países ocidentais e também à AIEA, o vice-presidente iraniano acusou os Estados Unidos e Israel de "organizar golpes militares e midiáticos" contra o Irã.

Abbasi-Davani pediu ao diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, "que não se deixe influenciar por certos países, que têm e proliferam armas nucleares e que querem proibir os países em desenvolvimento de seus direitos individuais (nucleares)".

Os Estados Unidos e a União Europeia temem que o Irã esteja desenvolvendo capacidades nucleares militares sob um suposto programa atômico pacífico.

A AIEA investiga há nove anos as atividades nucleares do Irã, cuja verdadeira natureza ainda não pôde ser esclarecida.

A agência nuclear das Nações Unidas iniciou nesta segunda-feira sua Conferência Geral anual, da qual participam representantes de 130 países.

Nos próximos cinco dias, os delegados analisarão diversos assuntos relacionados a segurança nuclear e à não proliferação de armas atômicas.

A Conferência deverá, assim, dar sinal verde definitivo ao chamado "plano de ação" para fortalecer o regime internacional de segurança nacional após o acidente de Fukushima.

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