O governo dos Estados Unidos aliviou um pouco a pressão que havia sobre o Paquistão ao dizer que não obteve nenhuma evidência de que Islamabad sabia da presença de Osama bin Laden em território paquistanês, antes de ele ter sido morto por soldados norte-americanos numa casa perto da capital.
O premiê Yusuf Raza Gilani fará um discurso no Parlamento nesta segunda-feira, o seu primeiro pronunciamento à nação depois da morte de Bin Laden, ação militar que provocou constrangimento ao país e temor de um racha entre Islamabad e Washington.
Há suspeitas de que a ISI, sigla para a agência de inteligência paquistanesa, que tem uma longa história de contatos com grupos militantes, pode haver tido ligações com Bin Laden ou com alguns de seus aliados. A agência costuma ser descrita como um Estado dentro do Estado.
O Paquistão tem rechaçado essas suspeitas.
O assessor de Segurança Nacional dos EUA afirmou que, apesar de casa de Abbottabad (50 km de Islamabad), que abrigou por anos Bin Laden, "precisar ser investigada", não há nada que indique que o Paquistão soubesse que o líder da Al- Qaeda estivesse lá.
"Posso dizer que não vi nenhuma evidência de que a liderança política, militar ou da inteligência soubessem de Bin Laden", afirmou Tom Donilon à rede de TV NBC.
"Como isso pode ter acontecido com o Paquistão? Precisamos investigar, precisamos trabalhar com o Paquistão. E estamos pressionando o Paquistão para essa investigação", afirmou Donilon.
Segundo ele, autoridades paquistanesas precisam dar aos EUA o material de inteligência que reuniram sobre a casa onde Bin Laden foi morto, além do acesso às três mulheres que estão sob custódia do Paquistão.
Ele acrescentou que, apesar das dificuldades, os Estados Unidos e o Paquistão têm trabalhado de forma próxima contra o extremismo.
"Mais terroristas foram presos ou mortos no Paquistão do que em qualquer outro lugar", afirmou.
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