A Casa Branca anunciou nesta quinta-feira (28) que está estudando abandonar o pacto de cooperação nuclear civil atualmente em discussão com a Rússia por conta das conseqüências da guerra com a Geórgia, mas ainda não seria feito nenhum anúncio.
"Eu não acho que algum anúncio vá ser feito agora, mas está em discussão", disse Dana Perino, porta-voz da Casa Branca.
Questionada, Perino disse que é prematuro pensar em sanções contra a Rússia.
A Casa Branca também anunciou que vai liberar até US$ 5,75 milhões para ajudar os refugiados de guerra na Geórgia.
A tensão diplomática entre Rússia, Geórgia e o Ocidente continua aumentando mesmo depois de encerrado o confronto em território georgiano.
O Parlamento da Geórgia aprovou uma resolução em que pede ao governo do país que corte as relações diplomáticas com a Rússia.
Já o governo de Belarus disse que deve anunciar seu reconhecimento da independência das regiões georgianas da Ossétia do Sul e da Abkházia, seguindo os passos da Rússia.
Mais cedo nesta quinta, a União Européia acenou com sanções contra a Rússia por causa da questão da Geórgia. Na segunda-feira, o bloco faz uma reunião de cúpula na qual será discutida a situação na Geórgia, informou o ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, nesta quinta-feira (28).
Questionado em entrevista em Paris sobre as medidas que podem ser tomadas contra a Rússia devido à sua recusa em se retirar da Geórgia, Kouchner disse: "Sanções estão sendo consideradas, além de muitas outras medidas".
Os comentários foram imediatamente rejeitados pelo ministro russo do Exterior, Sergei Lavrov, que os considerou produto de uma "imaginação doentia". "Acho que é uma demonstração de completa confusão", disse ele a jornalistas durante encontro no Tadjiquistão.
A França, que detém a presidência rotativa da União Européia, convocou para segunda-feira uma reunião de chefes de governo dos países do bloco, para discutir a crise na Geórgia, deflagrada neste mês após a Rússia reagir à tentativa georgiana de retomar a região separatista da Ossétia do Sul.
"Estamos tentando elaborar um texto forte, que mostrará nossa determinação em não aceitar (o que está acontecendo na Geórgia)", disse. "É claro, também há sanções."
Kouchner disse que vários países europeus são a favor de impor sanções, mas um diplomata francês disse que a França não é um dos países que estão pressionando os colegas pela imposição das sanções.
A França mediou um acordo de cessar-fogo entre a Rússia e a Geórgia com seis propostas e prefere uma abordagem mais moderada, se comparada a países como a Grã-Bretanha, mas sua frustração está crescendo, já que Moscou não cumpriu todos os pontos do pacto.
A Rússia diz que está comprometida com o acordo, mas ainda tem de retirar suas tropas do país, como foi combinado. Moscou também reconheceu duas regiões separatistas georgianas como Estados independentes. O acordo estabelecia que haveria negociações internacionais para decidir o status das duas regiões. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, que falou com o presidente russo, Dmitry Medvedev, na quarta-feira, insiste que as forças russas ainda não voltaram às posições anteriores ao conflito e devem fazer isso imediatamente.
Mas Kouchner afirma que Paris continua "paciente".
Ossétia do Sul conta mortos
Um total de 1.692 pessoas morreram em conseqüência do ataque da Geórgia a Ossétia do Sul no início de agosto, anunciou o procurador-geral da região separatista georgiana pró-russa, Teimuraz Jugayev, de acordo com a agência de notícias russa Interfax.
"Em 28 de agosto nossos dados registram 1.692 mortos e 1.500 feridos como conseqüência da agressão georgiana", declarou Jugayev.
A Geórgia lançou na noite de 7 de agosto uma ofensiva militar para retomar o controle desta região separatista autoproclamada independente no início dos anos 1990, o que desencadeou um contra-ataque da Rússia, que enviou tropas ao território georgiano um dia depois.
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