Os Estados Unidos deverão boicotar a próxima conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre racismo, a não ser que o documento final do encontro elimine qualquer referência a Israel ou à ideia de compensar descendentes de escravos.

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O Departamento de Estado norte-americano também informou que o governo do presidente Barack Obama vai participar como observador das reuniões do Conselho de Direitos Humanos da ONU, organismo que foi boicotado pelos EUA durante os oito anos do governo de George W. Bush por causa de suas declarações anti-Israel.

A conferência sobre racismo, marcada para abril em Genebra, na Suíça, será uma continuação de um controvertido encontro realizado em 2001 em Durban, na África do Sul. Os representantes dos EUA e de Israel se retiraram daquela conferência em protesto contra o rascunho do documento final, que equiparava o sionismo (movimento que levou à criação do Estado de Israel em terras árabes, em 1948) a uma forma de racismo.

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Tanto Israel como o Canadá já haviam anunciado que vão boicotar a reunião de Genebra. O governo Obama enviou representantes às reuniões preparatórias e anunciou ontem que o rascunho da declaração final em discussão é muito similar ao texto de 2001, que Washington havia considerado inaceitável.

"Lamentavelmente, o documento que está sendo discutido foi de mal a pior; o rascunho não tem salvação. Como consequência disso os EUA não vão se envolver em novas negociações sobre esse texto, nem participarão de uma conferência sobre a base desse texto", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Robert Wood.