Diante da preocupação com a escassez de munição enfrentada pelo exército ucraniano, o governo de Joe Biden poderá fornecer bombas de fragmentação à Ucrânia. De acordo com reportagem do The Washington Post, autoridades superiores da administração e da defesa norte-americana estão contatando o Capitólio e aliados para argumentar que as bombas são necessárias à Ucrânia, fornecendo garantias sobre como elas seriam usadas.
Não se sabe ao certo se os EUA ainda produzem esse tipo de munição ou qual é o estoque disponível que poderia ser fornecido à Ucrânia. Ainda assim, analistas consideram que uma eventual decisão positiva dos EUA em fornecer bombas de fragmentação aos ucranianos pode ser uma forma de fortalecer o avanço da contraofensiva ucraniana, que tem sido lenta e dificultosa.
Alguns meses atrás, os Estados Unidos analisaram os combates para a tomada da cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, e concluíram as armas de fragmentação poderiam ser uma forma eficaz de combate contra os russos. As armas “provavelmente aumentariam a eficácia do [exército ucraniano], porque uma única munição de fragmentação apresenta a mesma letalidade que 10 projéteis de artilharia de 155 mm contra infantaria agrupada”, diz um documento da inteligência norte-americana obtido pelo The Washington Post.
Inicialmente, o governo americano era contra o uso desse tipo de armamento, mas a Casa Branca está revisando a posição. Segundo fontes ouvidas pelo jornal americano, o Departamento de Estado sempre apresentou objeções ao fornecimento de bombas de fragmentação à Ucrânia, mas o secretário de Estado, Antony Blinken, já retirou suas objeções, e agora o Pentágono aguarda a decisão final de Biden. Segundo a reportagem, a preocupação é saber como a decisão poderá ser recebida pelos aliados – que têm resistência em aprovar esse tipo de armamento por conta dos riscos a civis – e também se os artefatos serão eficientes nos combates na Ucrânia.
Considerados materiais com alto poder destrutivo, as bombas de fragmentação são vistas por muitas organizações de direitos humanos como ameaças aos civis, uma vez que podem permanecer intactas no solo e nos campos, sendo detonadas apenas anos depois. Em locais como o Vietnã e no Laos, por exemplo, bombas desse tipo continuaram a fazer vítimas entre os civis décadas após serem lançadas.
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