O Departamento de Estado dos EUA afirmou nesta segunda-feira (22) que está investigando aproximadamente 15 mil e-mails anteriormente não revelados de Hillary Clinton enquanto ele era secretária de Estado. Pressionados por um juíz federal, os advogados do órgão disseram que anteciparão o processamento e a divulgação das mensagens para meados de outubro.
A decisão eleva as perspectivas de que os e-mails se tornem públicos logo antes das eleições presidenciais americanas, que acontecerão em novembro, em meio ao escândalo que causa constrangimento à candidata frente ao eleitorado.
O FBI já fechou sua investigação sobre o caso sem acusações contra a democrata, embora tenha considerado que ela foi “extremamente descuidada” com questões de segurança nacional. Os cerca de 15 mil arquivos constituem cerca de 50% de mensagens a mais do que os 30 mil e-mails anteriormente apresentados pelos advogados de Hillary.
As autoridades do departamento dizem ainda não saber qual a porção destes e-mails que está relacionada ao mandato de secretária de Estado ocupado por Hillary no governo do atual presidente dos EUA, Barack Obama. A democrata, que hoje disputa a chefia da Casa Branca, afirma ter deletado apenas mensagens pessoais antes de devolver 55 mil páginas das suas mensagens de trabalho ao Departamento de Estado.
Em nota, o porta-voz do Departamento de Estado Mark Toner afirmou que a agência previamente concordou voluntariamente a entregar os emails enviados ou recebidos pela ex-secretária entre 2009 e 2013. No entanto, lembrou que seria necessário avaliar criteriosamente dezenas de milhares de arquivos para separar as mensagens profissionais e as pessoais de Hillary.
Em julho, a decisão do FBI de não processar a democrata, se por um lado trouxe alívio à sua campanha por não indicar a necessidade de um processo criminal, por outro gerou desconforto a Hillary frente ao eleitorado, ao apontar que ela foi, no mínimo, pouco diligente com informações sensíveis à segurança dos Estados Unidos. Esta acusação se tornou uma das principais armas do seu rival republicano, Donald Trump, contra a democrata.
Questionando a investigação, republicanos preferiram dizer que Hillary mentiu, pois, no início do caso dos e-mails, ela dissera que não havia “nenhum e-mail confidencial” em sua conta pessoal. Trump também voltou a falar em um sistema “fraudado” e ainda criticou a fama de boa gestora da democrata.