Abbas e Obama na Casa Branca: cordialidade em meio a cobranças mútuas por negociações de peso| Foto: Larry Downing/Reuters

Israel libera o envio de alguns itens para Gaza

Folhapress, em São Paulo

Após sofrer intensas críticas da comunidade internacional, Is­­rael amenizou o bloqueio à Fai­­xa de Gaza, permitindo a entrada de bebidas e alimentos na re­­gião, anunciaram ontem au­­to­­ridades palestinas. O apelo pe­­la suspensão da medida teve iní­­cio após o ataque do Exército de Is­­rael a uma frota humanitária que seguia para Gaza, que deixou nove mortos.

No entanto, fontes do governo de Israel disseram que a decisão – anunciada horas antes do encontro entre o presidente americano, Barack Obama, e o líder da Autoridade Nacional Pales­­tina, Mahmoud Abbas, em Wa­­shington, não teve relação com o ataque ao comboio.

Autoridades palestinas, ba­­seadas na Cisjordânia, disseram que a partir da próxima semana, Israel deverá permitir a en­­trada na Faixa de Gaza de al­­guns tipos de alimentos e bebidas (ve­­ja ao lado).

Israel diz que o bloqueio em Gaza é "necessário" para deter o fornecimento de ar­­mas ao gru­­po radical islâmico Hamas.

Um porta-voz militar israelense afirmou que a decisão de permitir que mais itens entrassem em Gaza havia sido tomada há algumas semanas, sem ter por­­tanto relação com o incidente na flotilha.

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Veja produtos que poderão entrar na Faixa de Gaza
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Após reunião com o líder da Au­­toridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou ontem que doará mais US$ 400 mi­­lhões em ajuda humanitária pa­­ra Gaza e Cisjor­­dâ­­nia.

O encontro ocorreu ainda sob a tensão provocada pelo confronto entre Israel e a frota humanitária que tentou furar o bloqueio a Gaza na semana passada, no qual nove civis morreram.

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O episódio dificultou esforços até agora pouco frutíferos da Casa Branca em romper o longo impasse nas negociações de paz no Ori­­ente Médio.

Obama e funcionários do go­­verno americano afirmaram que o dinheiro será usado para construção de casas e escolas, além de aumentar acesso a água potável e melhorar a infraestrutura geral. Detalhes das formas como o di­­nheiro será administrado por Ab­­bas, porém, não ficaram claros.

A autoridade do líder palestino não se estende atualmente à faixa de Gaza, dominada pelo grupo rival Hamas, com o qual os EUA não têm relações.

Em declarações à imprensa, Obama elogiou a atuação de Ab­­bas na Cisjordânia e afirmou que "o mundo todo notou a melhora significativa conseguida como consequência de seu governo’’.

A Casa Branca informou que mais da metade dos novos fundos, US$ 240 milhões, será investida em um programa de financiamento imobiliário na Cis­­jor­­dânia.

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Neste ano, segundo o Departa­­mento de Estado, os EUA doaram mais de US$ 80 milhões aos palestinos, a maior parte sob controle da ONU ou de Abbas.

Ataque

A Casa Branca não condenou Israel diretamente pelo ataque contra a frota, mas vem pressionando publicamente por uma solução para o problema da chegada de ajuda a Gaza.

Ontem, Obama voltou a pedir uma investigação transparente sobre o ataque. Israel rejeitou uma investigação internacional e disse que conduzirá sozinho sua própria operação.

O presidente americano também insistiu em que Israel deve controlar o crescimento de suas colônias em terras que os palestinos querem ter seu Estado no futuro. Abbas, por sua vez, disse que "não teve nada a ver’’ com a frota, cuja ação classificou como "provocação’’.

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