Curitiba Franklin Jean Machado e Jesiel Luceno têm muito em comum, apesar de não se conhecerem e de viverem longe um do outro. Ambos têm 15 anos e cursam o segundo ano do ensino médio em escola pública. Franklin, em Pato Bragado, cidade do extremo oeste paranaense. Jesiel, em Pau da Serra, no interior do Rio Grande do Norte. Os dois também falam inglês e prestam algum tipo de serviço voluntário. Até pelo menos a próxima terça-feira, terão ainda um outro laço os unindo. Eles fazem parte dos 115 finalistas, entre quase 2 mil candidatos, do Programa de Intercâmbio Cultural Jovens Embaixadores 2007, promovido pela embaixada norte-americana no Brasil.
Na terça, o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Cliffor M. Sobbel, vai anunciar os 25 novos Jovens Embaixadores. Os escolhidos farão uma viagem de duas semanas para os EUA em janeiro do próximo ano. Entre a lista de atividades para o período, estão marcadas visitas aos principais museus de Washington D.C., visita a uma escola de ensino médio onde devem palestrar sobre o Brasil , hospedagem na casa de uma família americana e até, quem sabe, um tête-à-tête com Condoleezza Rice, a secretária de Estado dos EUA.
Sem filtro
Em tempos em que o antiamericanismo se tornou praticamente uma pandemia, a intenção da embaixada é realizar o intercâmbio das duas culturas e eliminar pré-conceitos, além de fomentar o serviço voluntário entre os jovens brasileiros, prática cultuada pelos norte-americanos. "Um dos objetivos é mostrar a esses jovens os Estados Unidos de uma maneira mais natural, não apenas pelo o que eles vêem na televisão. É uma maneira de tirar os pré-conceitos", explica Márcia Mizuno, assessora para assuntos de educação e cultura da Embaixada.
O programa Jovens Embaixadores começou em 2002, com a então embaixadora Donna Hrinak, e seleciona apenas alunos do ensino médio de instituições públicas, que nunca tenham viajado para o exterior e prestem algum tipo de serviço comunitário. Segundo Márcia, a maioria deles ensina inglês em comunidades carentes. A londrinense Denise Suzumura, de 19 anos, participou em 2005. Conheceu Collin Powel, então secretário de Estado dos EUA, e ficou hospedada na casa de uma família em Chicago, Illinois. Hoje, estuda Letras na UEL. "Freqüentei uma escola (high school), que é completamente diferente das escolas brasileiras. Lá você entra cedo, 7 horas, e só sai a tarde, às 16 horas. E os estudantes têm aulas de Artes, noções de política, entre outras disciplinas. São educados, mais críticos e dedicados aos estudos", conta ela.
Torcida
Para Franklin e Jesiel, independentemente do resultado de terça-feira, eles já se consideram vitorioso. Em Pato Bragado, tanto a escola quanto a casa de Franklin exibem faixas homenageando o jovem pela classificação para a final. Ele passou por uma prova escrita, uma prova oral, e também recebeu a visita de um representante de uma instituição parceira da Embaixada. Todas as informações compõem o perfil do candidato, que será analisado para a escolha dos nomeados Jovens Embaixadores.
"Está todo mundo torcendo para dar certo, porque é uma maneira de levar o nome do município adiante. Normalmente se tem aquela mentalidade, de que pessoas de cidades pequenas não conseguem grandes coisas", diz Franklin. Se ele vai quebrar o paradigma? "Tomara, tomara que eu consiga", diz.
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