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Os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira (12) novas medidas para controlar a migração venezuelana: um programa que dá status legal durante dois anos aos que chegam de avião e a expulsão imediata da maioria daqueles que atravessam a fronteira pelo México.
O Departamento de Segurança Nacional anunciou a criação de um novo auxílio à imigração para venezuelanos, semelhante ao já existente para os cidadãos da Ucrânia, que concede um status temporário por dois anos aos que têm um patrocinador nos EUA.
Paralelamente, a pasta devolverá ao México a maioria dos venezuelanos que forem interceptados depois de atravessarem a fronteira sul. As expulsões serão realizadas sob o Título 42, um regulamento de saúde pública imposto no início da pandemia de Covid-19 e herdado da gestão do ex-presidente Donald Trump (2017-2021).
As medidas visam "reduzir o número de pessoas que chegam à fronteira" de forma irregular e criar um processo de imigração "mais ordenado" para os venezuelanos que fogem da "crise humanitária e econômica do seu país", disse nesta quarta-feira um funcionário do governo dos EUA, em entrevista coletiva.
Em virtude deste programa migratório, que exclui os deportados dos EUA nos últimos cinco anos e pessoas que tenham entrado irregularmente através do Panamá ou do México, o governo dos EUA aceitará inicialmente 24 mil pessoas.
Para se candidatarem ao programa, os venezuelanos interessados devem demonstrar que têm um fiador nos EUA que possa provar que possuem os recursos financeiros para o período de tempo em que os migrantes residirão no país.
Além disso, os beneficiários devem passar uma avaliação de "segurança nacional e segurança pública", disse o Departamento de Segurança Nacional em comunicado.
O anúncio dos EUA ocorre em meio a um aumento das chegadas venezuelanas à fronteira com o México. Entre outubro de 2021 e agosto deste ano, mais de 150 mil venezuelanos foram detidos na fronteira sul dos EUA, quantidade consideravelmente superior aos 50.499 do mesmo período do ano passado.
Mais de 6,1 milhões de venezuelanos deixaram o país natal nesta que é a segunda maior crise migratória do mundo, atrás apenas da Síria, de acordo com a organização Refugees International.