Os Estados Unidos anunciaram hoje (12) novas sanções contra indivíduos e empresas por realizar transações financeiras com o Irã, um gesto que remarca seu compromisso para deter o programa nuclear iraniano mesmo após o acordo de Genebra.
"Estas ações deveriam ser um claro lembrete a empresas, bancos e executivos no mundo todo de que continuaremos aplicando sem descanso nossas sanções, inclusive quando exploramos a possibilidade de uma resolução integral e de longo prazo a nossas preocupações sobre o programa nuclear do Irã", afirmou David Cohen, subsecretário Inteligência Financeira e Terrorismo do Tesouro.
Cohen detalhou em comunicado que o acordo de Genebra "não interfere, nem o fará", nos esforços iniciados por Washington "para expor e entorpecer àqueles que apoiam o programa nuclear do Irã ou buscam evitar nossas sanções".
O acordo de Genebra, selado no último dia 24 de novembro entre Irã e o grupo 5+1 (EUA, Rússia, França, Reino Unido, China e Alemanha), concede um alívio das sanções contra o Irã durante seis meses. Em troca, o Irã deverá parar o enriquecimento de urânio acima de 5% e diminuir as reservas existentes, de cerca de 200 quilos, a 20% da quantidade atual. O país também não poderá aumentar as reservas de urânio enriquecido a 3,5% e, além disso, terá de se submeter a controles por parte dos analistas da Agência Internacional de Energia Atômica.As sanções anunciadas hoje são as primeiras após este pacto, que foi recebido com ceticismo por certos setores do Congresso dos Estados Unidos que buscam aumentar a pressão sobre Teerã.
Desde que os Estados Unidos e a União Europeia adotaram as sanções em 2011, as exportações de petróleo do Irã se reduziram em 60%.
O anúncio acontece um dia depois que o secretário de Estado, John Kerry, e o secretário do Tesouro, Jack Lew, se reuniram a portas fechadas no Capitólio com congressistas americanos para explicar a estratégia da administração do presidente Barack Obama.
Senado
A campanha do presidente Barack Obama para que o Congresso não imponha mais sanções ao Irã ganhou um apoio fundamental na quinta-feira, quando o presidente do Comitê Bancário do Senado rejeitou medidas contra o país agora.
O senador Tim Johnson, um democrata, disse que concorda com a administração Obama de que tal legislação poderia interromper delicadas negociações que buscam frear o programa nuclear iraniano. O Comitê Bancário supervisiona a legislação sobre sanções no Senado.
Na última segunda-feira, o chanceler iraniano, Javad Zarif, em entrevista a revista "Time", disse que o acordo nuclear iraniano estaria morto se o Congresso dos EUA impusesse novas sanções ao país, mesmo que as medidas não entrassem em vigor por seis meses.