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O Pentágono anunciou nesta quinta-feira (19) um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de US$ 2,5 bilhões (R$ 12,9 bilhões), com carros blindados e defesas antiaéreas, mas sem os tanques Abrams requisitados pela Alemanha.
Em comunicado, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos informou que enviará 59 carros de combate Bradley para Kiev, com 590 mísseis antitanque TOW e 295.000 peças de munição de 25 milímetros.
Da mesma forma, destinará à Ucrânia oito sistemas de defesa antiaérea Avenger, 350 veículos Humvee, 20.000 peças de artilharia de 155 mm e 90 blindados Stryker com 20 dispositivos de desminagem, entre outros.
O pacote também inclui mísseis HARM, do tipo ar-terra, que são usados para destruir sistemas de defesa aérea equipados com radares; 2.000 foguetes antiblindados e 3 milhões de munições para armas leves.
Em sua nota, o Pentágono declarou que os últimos ataques aéreos na infraestrutura "crucial" da Ucrânia demonstram "o impacto devastador da guerra brutal da Rússia".
Pouco antes, o Pentágono havia afirmado que não faz sentido os EUA enviarem agora tanques Abrams para a Ucrânia, como a Alemanha solicitou para que também fornecesse seus carros de combate Leopard 2.
A vice-secretária de imprensa do Departamento de Defesa dos EUA, Sabrina Singh, disse em entrevista coletiva que trata-se de uma questão de manutenção.
“(O Abrams) é um tanque que requer combustível de aviação, enquanto o Leopard e o Challenger (esses últimos tanques britânicos que serão enviados para a Ucrânia) têm um motor diferente, precisam de diesel, são um pouco mais fáceis de manter”, detalhou Singh.
O secretário da Defesa americano, Lloyd Austin, está em visita à Alemanha, onde se reuniu hoje com seu homólogo alemão, Boris Pistorius, que garantiu que seu país vai continuar apoiando a Ucrânia, mas não se referiu à questão dos tanques Leopard 2.
Austin deve participar amanhã em uma reunião do grupo de contato da Ucrânia, com a presença de aliados, na base aérea americana de Ramstein, no oeste da Alemanha, onde se esperam compromissos de ajuda militar concreta por parte das potências ocidentais.
No centro da discussão está o envio de veículos de combate blindados Leopard 2, de fabricação alemã, solicitados pela Ucrânia.
O modus operandi alemão até agora tem sido coordenar o envio com os aliados e, segundo relatos da imprensa alemã, o chanceler Olaf Scholz disse ao presidente dos EUA, Joe Biden, que seu país só enviaria o Leopard 2 se os EUA também enviassem os tanques Abrams.
Singh lembrou que os EUA já forneceram carros de combate Bradley à Ucrânia e continuarão enviando equipamentos para Kiev.
Embora semelhantes a um tanque, os Bradleys são carros de combate com blindagem mais leve e um canhão menor, normalmente de 25 mm em comparação com os Abrams de 120 mm.
Apesar de os EUA terem vários carros blindados, o Abrams é o único tanque propriamente dito: é maior, tem uma torre móvel equipada com um canhão grande e tem tração nas esteiras.
Desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, os EUA enviaram à Ucrânia mais de US$ 26,7 bilhões (R$ 138,2 bilhões) em ajuda militar.
