O governo dos Estados Unidos vai retirar seu pessoal diplomático da embaixada americana em Caracas, na Venezuela, ainda nesta semana, segundo anunciou o secretário de Estado Mike Pompeo na segunda-feira (11).
"Esta decisão reflete a deterioração da situação na Venezuela, bem como a conclusão de que a presença do pessoal diplomático dos EUA na embaixada se tornou uma restrição à política dos EUA", tuitou Pompeo.
Em janeiro, Washington já havia reduzido ao mínimo o pessoal da embaixada. Naquele mês, no dia 23, o país reconheceu o presidente interino Juan Guaidó como líder legítimo da Venezuela, deteriorando a relação com o regime chavista. O ditador Nicolás Maduro chegou a ordenar que os diplomatas americanos deixassem o país, mas voltou atrás na decisão.
Dias depois, o governo de Donald Trump anunciou sanções ao petróleo venezuelano, que devem custar US$ 11 bilhões aos cofres chavistas. O Departamento de Tesouro, mais recentemente, aplicou sanções contra o banco russo Evrofinance Mosnarbank, alegando que a instituição financeira está ligada à companhia estatal de petróleo venezuelana, a PDVSA. Tais sanções congelam qualquer ativo do banco nos EUA.
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O ministro da Indústria e ex-vice-presidente da Venezuela, Tareck El Aissami, também foi alvo de penalidades americanas. Ele foi acusado em uma corte de Nova York de ter usado "sua posição de poder para de envolver no narcotráfico internacional", contornar sanções e violar a lei "kingpin", que nega a traficantes estrangeiros, seus negócios e operativos acesso ao sistema financeiro dos EUA e proíbe transações entre os traficantes e companhias ou indivíduos americanos. Agora Aissami é foragido da Justiça em Nova York.
Caos na Venezuela
A Venezuela está sofrendo com um apagão desde a quinta-feira passada (7), que deixou as pessoas mergulhadas na escuridão, fazendo faltar comida, água e combustível. O regime anunciou que escolas e atividades comerciais seriam novamente suspensas nesta terça-feira devido à queda de energia.
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Enquanto isso, Guaidó convocou a população para uma manifestação contra o ditador na tarde desta terça. "O fim da usurpação dependerá de nossa mobilização massiva e organizada nas ruas", tuitou o líder da oposição.
Na segunda-feira (11), Guaidó decretou estado de emergência em todo o país por um período de trinta dias. Entre as demandas feitas na declaração, estão uma ordem para que as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) se mobilizem para proteger as instalações e os funcionários da companhia de energia elétrica para que recuperem o sistema elétrico, e uma ordem para que as unidades de segurança não impeçam os protestos dos cidadãos.
As FANB mantêm o apoio a Nicolás Maduro.
A declaração ainda instrui as autoridades que tomem medidas necessárias para garantir o fornecimento de combustível em quantidades suficientes para o funcionamento adequado dos equipamentos do sistema elétrico que precisem. Para isso, foi ordenado a interrupção imediata do fornecimento de petróleo, combustíveis e seus derivados para Cuba.