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O primeiro emplasto cutâneo contra a depressão obteve aprovação final para ser vendido nos Estados Unidos, informou nesta terça-feira a Administração de Alimentos e Drogas (FDA, na sigla em inglês). O medicamento Emsam só poderá ser administrado em adultos. Os pacientes que receberem doses mais elevadas terão de seguir uma dieta rigidamente controlada. Já os usuários de doses menores poderão consumir queijo, carnes defumadas e outros alimentos normalmente proibidos para quem toma certos antidepressivos.

O emplasto é produzido pela empresa Somerset Pharmaceuticals, uma sociedade dos laboratórios Mylan e Watson. A Bristol-Myers Squibb tem direitos de comercialização sobre o emplasto nos EUA.

Assim como outros inibidores de oxidase de monoamina (MAOI), o Emsam pode provocar hipertensão em pacientes que consumirem alimentos com tiramina.

- A vantagem do adesivo é que ele permite que o paciente ingira MAOI e ainda coma pizza - afirmou Alan Gelenberg, diretor do Departamento de Psiquiatria da Universidade do Arizona.

A FDA havia aprovado preliminarmente o emplasto em 2004, desde que a empresa fornecesse mais dados sobre sua segurança uma vez no mercado.

Alguns médicos e analistas do setor farmacêutico prevêem que esse produto não venderá muito, pois um alerta que é válido só para algumas dosagens poderá confundir os pacientes. Além disso, a sensibilidade dos deprimidos aos alimentos em questão varia muito.

Outros consideram que os adesivos são uma alternativa viável para pessoas que não conseguem tomar comprimidos, mas que os alertas podem desestimular alguns médicos a receitarem o produto.

Analistas da Prudential Equitiy prevêem que as vendas do emplasto não vão superar, mesmo no seu auge, os US$ 50 milhões por ano.

As ações das empresas envolvidas tiveram queda na Bolsa de Nova York: 2,83 por cento nos papéis da Mylan, 1,25 por cento nos da Watson e 0,4 por cento nos da Bristol-Myers.

Os inibidores MAOI são normalmente usados nos casos mais difíceis de depressão, segundo Gelenberg, da Universidade do Arizona, e o emplasto não deve ser a primeira opção dos psiquiatras.

A Somerset tentava evitar que a dosagem mais baixa do produto, de 6 miligramas, contivesse um alerta alimentar no rótulo. O alerta vai aparecer apenas nos emplastos de 9 e 12 miligramas.

O medicamento, cujo nome genérico é selegiline, também terá um alerta sobre o risco de suicídios, algo que todos os antidepressivos devem conter desde outubro de 2004 nos EUA.

Outros efeitos colaterais da droga são irritações cutâneas e confusão mental provocada por queda na pressão arterial, segundo a FDA. O efeito do calor sobre os adesivos são outro item ainda a ser esclarecido.

"Os pacientes devem evitar expor os emplastos a aquecedores, cobertores elétricos, lâmpadas quentes, saunas, banhos quentes ou banhos de sol prolongados", disse o FDA.

A Somerset também vende o selegiline em cápsulas. Outras drogas MAOI no mercado dos EUA incluem o Nardil, da Pfizer, o Parnate, da GlaxoSmithKline e o Marplan, da Oxford, além de vários genéricos.

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