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A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, autorizou nesta quarta-feira um medicamento contra Covid-19 produzido pela farmacêutica Pfizer. O medicamento, chamado Paxlovid, é a primeira pílula antiviral contra a doença aprovada no país.
O medicamento foi autorizado para pacientes com 12 anos ou mais e que sejam mais vulneráveis a casos graves de Covid-19 por fatores como obesidade, diabetes ou idade avançada.
Dados de estudos clínicos da Pfizer indicam que o tratamento com o medicamento oral pode reduzir em até 89% o risco de hospitalizações e mortes entre os pacientes de alto risco. Os dados mais recentes confirmam que o medicamento é um "potente inibidor" da variante ômicron.
A pílula antiviral é combinada com uma dose baixa de um medicamento contra HIV chamado ritonavir.
Como o tratamento com os comprimidos da Pfizer poder ser realizado de forma simples e sem que o paciente saia de casa, se espera que o fármaco se torne uma ferramenta crucial no combate à pandemia, em um momento em que a ômicron, a variante mais contagiosa do coronavírus e dominante nos EUA, fez com que o número de casos disparasse.
Até agora, todos os tratamentos para a Covid-19 permitidos nos EUA utilizavam medicamentos administrados por injeções ou por via intravenosa.
O tratamento deverá ser iniciado no prazo máximo de cinco dias após o aparecimento dos sintomas, e para comprá-lo será necessário apresentar uma receita médica.
O comprimido, que deve ser tomado duas vezes por dia durante cerca de cinco dias, bloqueia a atividade de uma enzima específica que o coronavírus precisa replicar no corpo humano, um mecanismo semelhante ao do medicamento desenvolvido pela farmacêutica MSD.
A Pfizer disse que está pronta para iniciar a distribuição imediata de seus comprimidos e aumentou a produção de 80 milhões para 120 milhões de unidades até o próximo ano.
Genéricos
Em novembro, a Pfizer anunciou um acordo que permitirá que o Paxlovid seja produzido e vendido por preços baixos em 95 países de baixa e média renda. O acordo entre a farmacêutica e a Unitaid, parceira da Organização Mundial da Saúde (OMS) em emergências sanitárias, prevê a produção de genéricos dos comprimidos para torná-lo mais acessível à população global. A Pfizer não receberá por direitos de patente pela produção dos genérico, enquanto a OMS mantiver a declaração da Covid-19 como uma emergência internacional de saúde.