Os Estados Unidos advertiram nesta segunda-feira (4) que os militares norte-coreanos mobilizados na Ucrânia - 10 mil, de acordo com a inteligência militar americana - “se tornarão alvos militares legítimos se entrarem em combate contra a Ucrânia ou em operações de apoio ao combate”.
A advertência foi feita pelo embaixador adjunto dos EUA na ONU, Robert Wood, que admitiu que esses norte-coreanos ainda não foram vistos em combate.
“Mas esperamos que o façam nos próximos dias”, comentou Wood ao Conselho de Segurança da ONU.
O diplomata americano garantiu que “o tipo de treinamento que a Rússia está fornecendo a essas forças [norte-coreanas] indica claramente que a Rússia pretende usar essas forças na linha de frente”, pois incluiu treinamento em operações de artilharia, infantaria e drones e veículos aéreos não tripulados.
De acordo com Wood, a chegada de 10 mil norte-coreanos se soma à “transferência ilegal de armas norte-coreanas para a Rússia, que a Rússia usou contra a Ucrânia, inclusive contra alvos civis”, violando pelo menos três resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Anna Evstigneeva, representante russa, descreveu o envio de militares norte-coreanos para a Rússia como “especulação”, mas continuou criticando “o duplo padrão” de denunciar o suposto envio quando “é bem sabido que [na Ucrânia] há centenas, se não milhares de soldados da OTAN. Não mercenários, mas instrutores, oficiais e pessoas responsáveis pelo uso de armamento de alta precisão”.
A diplomata criticou particularmente o secretário-geral da ONU, António Guterres, por ter alertado no domingo (3) contra a internacionalização da guerra na Ucrânia, quando “ele nunca expressou o mesmo tipo de preocupação sobre a lista crescente de armas ocidentais de longo alcance enviadas à Ucrânia, as discussões sobre se elas podem ou não ser usadas dentro do território russo, sem mencionar o envio de pessoal da Otan para a zona de conflito”.
Por sua vez, o embaixador francês, Nicolas de Rivière, enfatizou que a chegada de militares norte-coreanos à linha de frente ucraniana tem um preço para a Rússia.
“Em troca desse apoio, a Rússia oferece à Coreia do Norte impunidade e assistência no desenvolvimento de seus programas de armas ilegais”, que há 15 anos violam a política de sanções imposta pelo Conselho de Segurança contra o regime de Pyongyang.
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