O Governo dos Estados Unidos afirmou nesta terça-feira (21) que poderia considerar "medidas adicionais" para ajudar a oposição síria caso não seja encontrada uma solução política, em uma mudança de tom após sua negativa em armar os rebeldes.
Os porta-vozes da Casa Branca, Jay Carney, e do Departamento de Estado, Victoria Nuland, empregaram a mesma expressão em suas respectivas entrevistas coletivas diárias, nas quais também acolheram a ideia do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) de solicitar um cessar-fogo de duas horas de duração.
"Não queremos tomar ações que contribuam para uma maior militarização da Síria, porque isso levaria o país por um caminho perigoso. Mas não descartamos medidas adicionais se a comunidade internacional esperar mais tempo e não tomar o tipo de ação que deve ser tomada", destacou Carney.
Por sua parte, Nuland ressaltou que os EUA não querem ver aumentar a espiral de violência. "No entanto, se não podemos conseguir que (o presidente sírio Bashar al) Assad ceda à pressão que todos estamos impondo, pode ser que tenhamos que considerar medidas adicionais", acrescentou.
Nenhum dos porta-vozes detalhou em que consistiriam essas medidas adicionais, mas ambos as citaram em resposta a perguntas nas quais se mencionava a possibilidade de armar os rebeldes sírios, impulsionada, entre outros, pelo senador republicano John McCain.
Até agora, o Governo de Barack Obama tinha expressado uma rotunda rejeição a qualquer intervenção ou ajuda militar na Síria, embora o presidente tenha ressaltado que "nunca é preciso deixar nada fora da mesa".
Em relação ao pedido do CICV ao Governo sírio e às forças opositoras para que cessem as hostilidades pelo menos durante duas horas por dia, a fim de poder aumentar a assistência humanitária, Nuland indicou que os EUA acreditam que esse cessar-fogo teria que ser "completo".
"Mas se uma pausa é o melhor que podemos conseguir, obviamente queremos poder conseguir que as organizações internacionais possam levar ajuda humanitária aos que estão sofrendo pelos ataques de Assad", declarou a porta-voz.