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Houston (EFE) – Doações do Reino Unido, da Alemanha, do Canadá e do México já chegaram aos Estados Unidos, que devem receber ainda mais ajuda, segundo anúncios feitos por governos do mundo todo. Mesmo nações pobres, como o Afeganistão, ou países que se chocam politicamente com os EUA, como Venezuela e Cuba, ofereceram-se para prestar socorro às vítimas do furacão Katrina, o mais devastador da última década. Enquanto o prefeito de Nova Orleans, a cidade mais afetada, voltava a falar em 10 mil mortes, os ex-presidentes Bill Clinton e George Bush (pai do atual líder George W. Bush) anunciaram ontem que o fundo criado em prol dos desabrigados já arrecadou milhões de dólares em doações do setor privado.

O Fundo Bush/Clinton Katrina, que reúne doações de indivíduos e empresas privadas, ficará à disposição do governo federal e dos governos locais para ajudar na assistência imediata e de longo prazo. Em conferência em Houston, onde visitaram os desabrigados alojados no estádio Astrodome, Bush pai e Clinton disseram que grandes empresas como Wal-Mart e Microsoft já doaram milhões de dólares.

O primeiro avião com ajuda britânica para as vítimas chegaria ontem à noite ao Arkansas (EUA) horas depois de partir da base militar de Brize Norton, ao sul da Inglaterra. Os EUA também já receberam 10 toneladas de comida da Alemanha e um lote de água, alimentos e medicamentos do México.

Itália, Espanha, Rússia e até o vizinho Canadá estão entre os inúmeros países que esperam o aval de Washington para enviar donativos. Na semana passada a Secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, disse que "toda e qualquer ajuda seria bem-vinda". Ontem, porém, um porta-voz do órgão disse que o país está avaliando as ofertas para saber quais serão aceitas.

Cuba

Os cubanos já estão irritados com a demora dos EUA em aceitar sua mão estendida. Com uniformes brancos e mochilas nos ombros, 1.586 médicos cubanos esperam a resposta de Washington para partir para os Estados Unidos e assistir às vítimas do furacão, uma missão que, embora humanitária, não consegue atenuar seus matizes ideológicos.

Eles se apresentaram na noite de domingo ao presidente Fidel Castro, no Palácio das Convenções. A "força" de médicos foi recrutada na sexta-feira por toda a ilha. "Passaram-se 48 horas e não recebemos resposta alguma a nossa oferta. Esperaremos pacientemente o tempo que for necessário. Se a resposta não chegar ou se a cooperação não for necessária, haverá decepção em nossas fileiras", disse Fidel.

"Estamos prontos. Existe um desastre nos Estados Unidos, a cobertura médica não é suficiente, mas o problema é a ideologia. Lamentamos que a questão política fique em primeiro plano quando há vidas em jogo", disse o médico Rafael Vera, de 43 anos.

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