Os Estados Unidos confirmaram nesta sexta-feira (7) que enviarão bombas de fragmentação para a Ucrânia, apesar das críticas da Alemanha e de organizações como a Human Rights Watch (HWR), que estão preocupadas com o impacto desse tipo de armamento entre civis.
As bombas de fragmentação estão incluídas em um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia, sobre o qual o Pentágono fornecerá detalhes posteriormente, disse o assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, em entrevista coletiva.
Sullivan comentou que os EUA adiaram esta decisão o máximo possível, mas explicou que as tropas ucranianas precisam de munições de artilharia convencionais porque a quantidade disponível diminuiu com a contraofensiva que o seu governo lançou no início de junho para retomar as áreas ocupadas pela Rússia.
De acordo com Sullivan, a Ucrânia entregou aos EUA “há algumas semanas” um texto em que se compromete a fazer com que as suas forças armadas apenas utilizem estas bombas de fragmentação no campo de batalha e não em zonas urbanas onde os civis possam ser afetados.
Estas promessas foram incluídas no pedido formal do governo ucraniano aos Estados Unidos para o fornecimento de bombas de fragmentação, relatou o Conselheiro de Segurança Nacional.
As bombas de fragmentação são constituídas por um contêiner que se abre no ar e dispersa um grande número de munições explosivas sobre uma vasta área, que pode ter um raio de 200 a 400 metros.
Outro problema é que algumas destas “bombas” não explodem em contato com o solo e permanecem enterradas, motivo pelo qual podem detonar anos depois, quando um civil passar pelo local.
Questionado sobre estas preocupações, Sullivan disse que as bombas que os EUA vão entregar à Ucrânia têm uma taxa de não explosão - aquelas que falham e permanecem enterradas - inferior a 2,5%.
Em contraste, as bombas de fragmentação que a Rússia supostamente utilizou têm uma taxa de não explosão entre 30% e 40%, segundo Sullivan.
Mais de cem países, incluindo membros da OTAN, como França e Alemanha, se opõem à utilização de bombas de fragmentação e ratificaram a Convenção sobre Munições de Fragmentação, que entrou em vigor em 2010 e da qual Ucrânia, Rússia e Estados Unidos não fazem parte.
A Alemanha, que foi um dos primeiros países a ratificar a convenção, manifestou nesta sexta-feira o seu desacordo com a decisão dos EUA.
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, tentou se manter à margem e disse nesta sexta-feira que cada Estado-membro da aliança militar deveria decidir individualmente se entregaria bombas de fragmentação à Ucrânia.
A Human Rights Watch (HRW) apelou a Ucrânia e Rússia para que deixem de usar bombas de fragmentação e, na quinta-feira, instou os Estados Unidos a não entregarem esse armamento à Ucrânia.
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