O Congresso dos EUA foi notificado de que o regime sírio de Bashar al-Assad usou armas químicas diversas vezes, em pequenas quantidades, durante a guerra civil que trava com rebeldes, segundo a CNN e o "New York Times".
O uso do armamento, se confirmado, poderia ser usado como pretexto para uma ação militar internacional na Síria, como os EUA reitera desde o início dos conflitos.Governos europeus, como o da França, fizeram acusações semelhantes às forças pró-Assad - de acordo com o "New York Times", analistas europeus também estão a par das informações reveladas ao Congresso americano.
O anúncio surge no mesmo dia em que a ONU confirmou que o total de mortos na disputa pelo poder no país chegou a 93 mil.A estimativa é considerada conservadora, já que a maioria das mortes ocorridas não recebe nenhum tipo de registro oficial. Em média, mais de 5.000 pessoas morreram, por mês, desde julho de 2012.
O confronto entre as tropas leais a Assad, que é alauíta, um braço do islã xiita, e os rebeldes, que são sunitas, já dura mais de dois anos e possui contornos sectários que ameaçam a estabilidade na região.Para o governo americano, as denúncias da utilização de armas químicas podem ser um fator decisivo na dúvida sobre agir militarmente no país.
A Casa Branca deve consultar a Rússia --que expressa apoio ao regime sírio no conflito-- e a ONU sobre a questão, o que abre espaço para uma intervenção.
De acordo com os dois veículos, a inteligência do país concluiu que entre cem e 150 pessoas morreram pelo uso do gás sarín usado pelas tropas do governo.
"Nossa inteligência tem grande confiança nessa avaliação, dadas as fontes de informação múltiplas e independentes", diz o memorando, segundo o "New York Times".Tanto o regime quanto os insurgentes têm se acusado mutuamente de usar agentes químicos no combate, mas ambos negam que os tenham empregado.
O presidente, Barack Obama, havia dito em abril que os EUA possuíam evidências do uso de gás sarín na Síria, mas que não havia provas de quem o havia lançado e em quais circunstâncias.
Nas palavras de Obama, o emprego de armas químicas seria considerado a passagem de uma "linha vermelha" pelo regime sírio.As denúncias vêm à tona após um momento de conquistas importantes de Assad em batalha, após tropas governistas, aliadas a combatentes do movimento xiita libanês Hizbullah, retomaram a cidade de Quseir, até então controladas por rebeldes.
A cidade é estratégica para a cadeia de abastecimento das linhas insurgentes, além de conectar Damasco a um reduto alauíta no litoral do país.
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