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EUA cortam pela metade ajuda para refugiados palestinos

Menino palestino passa de bicicleta em frente ao centro de saúde da ONU no campo de refugiados de Qalandia, na Cisjordânia, no dia em que a Casa Branca anunciou corte de milhões de dólares em contribuição para refugiados palestinos. | ABBAS MOMANIAFP
Menino palestino passa de bicicleta em frente ao centro de saúde da ONU no campo de refugiados de Qalandia, na Cisjordânia, no dia em que a Casa Branca anunciou corte de milhões de dólares em contribuição para refugiados palestinos. (Foto: ABBAS MOMANIAFP)

O Departamento de Estado americano anunciou que vai cortar US$ 65 milhões (R$ 210 milhões) da verba que o país dá à agência da ONU que cuida de refugiados palestinos.

O valor representa um pouco mais da metade do aporte de US$ 125 milhões (R$ 404 milhões) que o governo dos EUA deveria fazer.

Agora, o órgão receberá US$ 60 milhões (R$ 194 milhões). Segundo o Departamento de Estado, a liberação dos US$ 65 milhões retidos está condicionada a uma série de reformas na agência -os Estados Unidos não especificaram quais seriam elas.

O corte acontece duas semanas após o presidente Donald Trump questionar publicamente a dotação.

"Pagamos centenas de milhões de dólares por ano e não recebemos agradecimentos ou respeito. Se os palestinos não querem mais participar das conversas de paz, por que devemos fazer esses pagamentos expressivos no futuro?", disse ele.

Segundo a agência Associated Press, o corte foi sugerido pelos secretários de Estado, Rex Tillerson, e de Defesa, James Mattis, em oposição à proposta da embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, de cancelamento integral do investimento.

Os dois secretários temiam que um corte total aumentasse a crise na região e prejudicasse aliados dos americanos, como a Jordânia, onde vivem muitos palestinos.

Em 2017, os EUA deram US$ 355 milhões (R$ 1,1 bilhão) à agência, e a expectativa era de que o país oferecesse valor semelhante em 2018. Com o arrocho na primeira parcela, não se sabe o que acontecerá com o restante da verba.

O órgão é responsável por prestar auxílio aos cerca de 5 milhões de refugiados palestinos espalhados por faixa de Gaza, Cisjordânia, Síria, Líbano e Jordânia.

Críticas

A decisão americana foi criticada na região. Wasel Abu Youssef, da Organização para a Libertação da Palestina, disse que a medida mostra um esforço deliberado do governo americano em negar direitos aos palestinos.

Para ele, o corte está ligado à decisão americana de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, o que causou uma série de protestos.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o trabalho da agência funciona como um fator de estabilidade na região. Já Pierre Krähenbühl, que comanda a agência, declarou que o corte "ameaça uma das mais bem-sucedidas e inovadoras ações de desenvolvimento humano no Oriente Médio".

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