Um dia após a vitória do partido do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, na eleição parlamentar do país, a Casa Branca disse nesta quarta-feira (18) estar profundamente preocupada com a “retórica de divisão” deixada após o pleito.
O governo americano faz referência às frases de Netanyahu e de seu partido antes da votação. Na segunda (16), o chefe de governo disse que não permitiria a criação de um Estado palestino enquanto estiver no poder. Horas depois, o Likud, partido de Netanyahu, pediu a seus seguidores judeus que fossem às urnas para evitar que a Lista Árabe Compartilhada, que representa os árabes-israelenses, ganhassem mais vagas no Parlamento.
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse que, com as declarações, o Likud, partido de Netanyahu, buscou marginalizar a minoria árabe com a convocação. “São opiniões que sepultam os valores e ideais democráticos que unem EUA e Israel.”
Earnest voltou a dizer que o governo americano crê no estabelecimento dos dois Estados como solução para o fim do conflito entre israelenses e palestinos e que reavaliará sua posição no processo de paz após a fala do primeiro-ministro israelense.
Mais cedo, o secretário de Estado americano, John Kerry, telefonou para Netanyahu para dar os parabéns pela vitória do Likud, que obteve a maior bancada no Parlamento, com 30 cadeiras, e deverá conseguir maioria para formar governo.
Segundo o porta-voz da Casa Branca, o presidente Barack Obama deverá fazer o mesmo nos próximos dias. Nos últimos anos, a relação entre os dois é conflituosa, em especial pelo rompimento do diálogo com palestinos e pelo acordo nuclear com o Irã.
A tensão aumentou depois que Netanyahu foi discursar no Congresso americano contra o pacto, defendido por Obama como uma solução para evitar que a República Islâmica consiga chegar ao estágio de produzir uma bomba atômica.
Apesar do lobby intenso do chefe de governo israelense, Josh Earnest acredita que a vitória de Netanyahu na eleição terá um impacto negativo nas negociações.
Por outro lado, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, que convocou o discurso, comemorou a vitória de Netanyahu, assim como outros colegas de seu partido, como o governador da Flórida, Jeb Bush, o senador texano Ted Cruz.
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