O governo norte-americano denunciou nesta terça-feira (6) a convocação de referendos separatistas nas regiões de Donetsk e Lugansk, na Ucrânia, por ser um arremedo do que aconteceu na Crimeia, anexada pela Rússia em março.
"Rejeitamos os esforços ilegais de continuar dividindo a Ucrânia. Isto é outra vez o mesmo roteiro da Crimeia", criticou nesta terça-feira (6) a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.
A "falácia" de referendo, como definiu a porta-voz do Departamento de Estado, foi convocado por grupos separatistas pró-russos nestas duas regiões mais ao leste da Ucrânia, ambas na fronteira com a Rússia, para 11 de maio.
As duas regiões estão registrando confrontos armados entre milícias pró-russas e as Forças Armadas ucranianas dirigidas pelo novo governo pró-ocidental de Kiev.
Na cidade de Sloviansk (região de Donetsk), 20 milicianos pró-russos morreram na segunda-feira (5) em combates com forças do governo ucraniano.
A convocação de um referendo é prévia ao plano de realizar eleições gerais na Ucrânia em 25 de maio para escolher um novo governo estável que substitua o provisório que foi eleito pelo parlamento após a saída do presidente pró-russo Viktor Yanukovich.
No entanto, a tensão e os enfrentamentos armados em várias regiões de maioria russófona em todo o país poderiam pôr em risco a eleição, as quais Moscou se opôs enquanto não forem dadas as condições necessárias, como a aprovação de uma nova Constituição.
A Rússia mantém uma forte presença militar nas proximidades da fronteira com a Ucrânia, o que tem sido criticado pelos Estados Unidos e pela União Europeia por elevar a tensão na região e dar asas às milícias separatistas.
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