Os Estados Unidos aparentemente descartaram na segunda-feira uma proposta do diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) que ajudaria o Ocidente e o Irã a evitarem uma guerra devido ao programa nuclear iraniano.

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Mohamed El Baradei havia proposto que Teerã e o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas "dessem um tempo" na crise, período em que o programa nuclear iraniano e as sanções da ONU a Teerã seriam simultaneamente suspensas.

Mas o embaixador interino dos EUA na ONU, Alejandro Wolff, disse que uma resolução de 23 de dezembro do Conselho de Segurança especificava que as sanções só poderiam ser suspensas depois que o Irã abandone de forma total e verificável suas atividades de enriquecimento e reprocessamento de materiais nucleares.

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"De modo que é muito claro, e não está sujeito a reinterpretação", disse Wolff a jornalistas.

O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, pareceu mais animado com a proposta, que El Baradei apresentou durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, na sexta-feira.

Pela proposta dele, o primeiro passo deveria ser do Irã. "Se o Irã decidisse começar tal moratória, então é claro que várias coisas boas iriam acontecer, inclusive a suspensão das sanções. Ninguém está falando de coisas não verificadas. Todos os atos devem ser verificados", acrescentou.

O Irã disse no domingo que precisaria de tempo para rever a sugestão de El Baradei. Teerã garante que seu programa nuclear é exclusivamente pacífico, para a geração de eletricidade. O Ocidente suspeita do desenvolvimento de bombas atômicas.

A resolução de 23 de dezembro punia o Irã por não suspender o processo de enriquecimento de urânio, que pode gerar combustível para usinas nucleares civis, mas também material para bombas. O país havia recebido 60 dias para suspender a atividade.

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Os EUA defendem a diplomacia para resolver o impasse, mas não descartam uma ação militar, e recentemente enviaram mais dois porta-aviões ao golfo Pérsico. O presidente George W. Bush reiterou na segunda-feira não ter intenção de invadir o Irã, mas afirmou que Washington vai "responder firmemente" se Teerã alimentar a violência no Iraque.

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