O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decidiu manter 9,8 mil soldados no Afeganistão após o fim da missão internacional no país asiático em dezembro deste ano, caso assine um acordo com o governo local, informou nesta terça-feira um alto funcionário norte-americano.
Obama, que deve anunciar sua decisão hoje, dirá além disso que o efetivo, que incluiu soldados de outros membros da Otan, será reduzido progressivamente para o mínimo necessário para operações de segurança e trabalhos diplomáticas até o final de 2016.
Segundo a fonte, o presidente "esclarecerá" que o governo dos Estados Unidos está disposto a manter "duas missões centrais após 2014: treinamento das forças afegãs e apoio de operações antiterroristas contra os remanescentes da Al Qaeda".
No entanto, o plano está sujeito à assinatura do Acordo Estratégico Bilateral (BSA, por sua sigla em inglês), que a Casa Branca admite que não será concretizado até o início de 2015.
A negativa do presidente afegão em fim de mandato, Hamid Karzai, de assinar o acordo atrasou a decisão sobre a quantidade de soltados que permanecerá após o fim da missão da Força Internacional de Assistência para a Segurança da Otan (Isaf) em dezembro.
No entanto, após o primeiro turno das eleições presidenciais no Afeganistão, que levou para o segundo turno o ex-chanceler Abdullah Abdullah e o ex-ministro de Finanças Ashraf Gani Ahamdza, Washington considera certo que o acordo será assinado.
"Ambos candidatos presidenciais afegãos reiteraram recentemente sua intenção de assinar o acordo se forem eleitos", disse a fonte governamental americana.
A intenção dos Estados Unidos é reduzir "aproximadamente" para a metade os 9.800 soldados a partir do final de 2015, centrando a presença das tropas em Cabul e na base aérea de Bagram.
No final de 2016, a presença das tropas será reduzida para a presença normal de uma embaixada com um gabinete de assistência em segurança em Cabul, "assim como fizemos no Iraque", disse a fonte.
Atualmente, 48 países fazem parte da missão da Isaf, com um total de 51.176 soldados, dos quais 33 mil são dos Estados Unidos, segundo os últimos dados da Otan.
Em junho do ano passado, os membros da Isaf passaram definitivamente a liderança no teatro de operações bélicas para as Forças Armadas afegãs, para quem fornece apoio e treinamento.
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