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Bandeiras cubanas refletem na embaixada dos EUA em Havana | ALEXANDRE MENEGHINI/REUTERS
Bandeiras cubanas refletem na embaixada dos EUA em Havana| Foto: ALEXANDRE MENEGHINI/REUTERS

Os Estados Unidos decidiram retirar a maior parte de seus diplomatas e funcionários de sua embaixada em Cuba, depois que ataques realizados com uma tecnologia não identificada provocaram perda de audição ou de equilíbrio, náusea, problemas cognitivos, dificuldade para dormir e dores de cabeça em 21 integrantes do Departamento de Estado em Havana.  

Os casos começaram a ser registrados no fim de 2016 e o mais recente deles ocorreu em agosto. Todos eles ocorreram em hotéis e não na embaixada. A suspeita inicial era a utilização de armas sônicas. Outra possibilidade analisada é o uso de equipamentos de espionagem.  

Em briefing telefônico com jornalistas nesta sexta-feira (28), uma alta autoridade do Departamento de Estado disse que as investigações sobre o método, a origem e a tecnologia utilizada ainda estão sendo em andamento. Segundo ele, não está descartada a participação de um terceiro país nos ataques. O governo de Havana nega envolvimento e diz estar colaborando com a apuração.  

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"Os investigadores ainda não foram capazes de identificar quem e o que está por trás desses ataques", disse o representante do Departamento de Justiça, que falou sob a condição de não ser identificado, prática comum no governo americano. "Até que o governo de Cuba possa assegurar a segurança do pessoal do governo americano, a atividade na embaixada será reduzida a serviços de emergência."  

Mais da metade do contingente da embaixada será retirada de Havana. Todos os familiares de diplomatas e funcionários terão de deixar a cidade. A concessão de vistos será suspensa e os serviços diplomáticos serão restritos a casos emergenciais. OS EUA também passaram a orientar americanos a não viajarem para a ilha. Muitos dos ataques ocorreram em hotéis, onde cidadãos americanos podem se hospedar.  

A medida tem o potencial de afetar a já frágil relação bilateral. O presidente Donald Trump congelou o processo de reaproximação com a ilha iniciado por seu antecessor, Barack Obama, e condicionou a retirada de sanções à realização de reformas democráticas.  

Todas as viagens de integrantes do governo dos EUA a Cuba serão suspensas, o que pode prejudicar negociações bilaterais. Haverá exceções para os envolvidos nas investigações dos ataques, a casos relacionados à segurança nacional americana e a operações "cruciais" da embaixada. O representante do Departamento do Estado ressaltou que encontros bilaterais poderão ocorrer nos EUA.  

As relações diplomáticas com Cuba são mantidas, ressaltou a autoridade americana, que reconheceu "o esforço" do governo de Havana em investigar o caso e facilitar a investigação dos EUA no país.

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