Pessoas usam máscaras em estação rodoviária no México, onde ao menos 20 pessoas morreram ví­timas da gripe suína| Foto: Reuters/Jorge Dan Lopez
Pessoas usam máscaras na frente de um hospital na Cidade do México, no México, no sábado (25)
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O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, disse, neste domingo (26), que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês) confirmou que estudantes de uma escola de segundo grau foram infectados com o vírus da gripe suína. Mais cedo, autoridades de saúde da cidade disseram que haviam oito "prováveis" casos e os testes realizados confirmaram que se trata de fato da epidemia. Bloomberg destacou que os casos são moderados e muitos dos doentes já se recuperam.

A prefeitura de Nova York agora aguarda os testes de amostras adicionais para ver se mais jovens da Escola Preparatório St. Francis, no Queens, foram infectados. Cerca de 100 estudantes reclamaram dos sintomas da gripe, como febre, dor de garganta e dores no corpo. Alguns dos pais também ficaram doentes. Alguns alunos foram ao balneário mexicano de Cancún durante uma pausa nas aulas há duas semanas.

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O CDC ainda informou que foram registrados 20 casos de gripe suína em cinco estados norte-americanos, o mais recente em Ohio. Os outros estados já com casos confirmado são: Califórnia, Texas, Kansas e Nova York. O órgão disse que espera ver mais casos severos de gripe suína no país.

No início desta tarde, o secretário de Segurança Doméstica dos EUA, Janet Napolitano, declarou estado de emergência de saúde pública no país em virtude do surto da doença. Napolitano disse que a medida é um "procedimento operacional padrão".

Mundo

Diferentes países estão em alerta para evitar que a gripe suína , que já deixou dezenas de vítimas no México, se espalhe pelo mundo. Além do país de origem do novo vírus, onde mais de 20 mortes foram confirmadas (com possibilidade de chegar a 81), casos de gripe já foram confirmados nos Estados Unidos, e há suspeitas de que viajantes de Israel, França, Espanha e Nova Zelândia possam ter se contaminado. Até o Brasil se juntou ao clima de preocupação em relação ao que a Organização Mundial de Saúde já disse que pode se transformar em Pandemia.

Aeroportos de países da Ásia, que já sofreram com vírus como a gripe aviária e o Sars, criaram postos de controle para evitar a entrada da gripe suína. Viajantes que chegam a Hong Kong, Malásia, Coreia do Sul e Japão passam por uma checagem de sintomas, semelhantes ao da gripe comum, mas mais agudos.

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Alerta de saúde foi decretado na Argentina, e todos os viajantes provenientes do México têm que declarar se têm sintomas de gripe.

Um tripulante de um voo da empresa inglesa British Airways foi hospitalizado em Londres após voltar do México, mas testes mostraram que ele não tinha a gripe. Estados Unidos Um sétimo caso de gripe suína foi confirmado na Califórnia no sábado (25) por autoridades da área de saúde. O sétimo caso californiano confirmado é o de uma mulher de cerca de 35 anos que mora em Imperial County, fronteira com o México. Ela começou a ficar doente no dia 4 de abril, foi hospitalizada, mas se recuperou, afirmou Al Lundeen, porta-voz do Departamento de Saúde Pública da Califórnia. A doença já matou 68 pessoas no México, mas não há informação de mortes nos EUA. Em Nova York, testes confirmaram que oito alunos de um colégio de Nova York têm influenza tipo A, afirmou Thomas Frieden, comissário de Saúde da cidade. "Em todos os casos a doença não foi severa. Muitas das crianças estão se sentindo melhor", comentou o médico. A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, disse que o surto de gripe suína detectado no México e nos Estados Unidos "é muito grave", de evolução imprevisível e deve ser "vigiado de perto", pois existe o potencial de que se transforme em uma pandemia. Em entrevista coletiva, Chan disse que "um novo vírus é o responsável por estes casos" e que "a situação está evoluindo muito rapidamente". Brasil

O Ministério da Saúde brasileiro anunciou que foi acionado o Gabinete Permanente de Emergência, formado por representantes da pasta, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para acompanhar os casos de gripe suína detectados na América do Norte.

Em nota oficial, o ministério afirma que o grupo irá se reunir todos os dias em Brasília para acompanhar a evolução da doença. Segundo o ministério, não há evidências da circulação desse vírus em pessoas no Brasil.

O monitoramento dos passageiros vindos do México e dos Estados Unidos foi intensificado nos aeroportos brasileiros. A tripulação das aeronaves deverá orientas os viajantes, ainda durante o voo, sobre os sintomas, como febre acima de 39 graus acompanhada de tosse e/ou dores de cabeça, nos músculos e nas articulações.

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O texto da nota do Ministério da Saúde ressalta que o "consumo de produtos de origem suína não representa risco à saúde das pessoas". Nova Zelândia

Um grupo de dez estudantes neozelandeses pode ter contraído a gripe suína durante uma viagem ao México, informou o ministro da Saúde da Nova Zelândia, Tony Ryall. Ryall disse à imprensa local que ainda não há nenhum caso confirmado. Mas os exames preliminares aos quais os estudantes foram submetidos detectaram a presença de um vírus da gripe que contém a cepa de origem animal H1N1.

O ministro também declarou que nenhum dos dez estudantes está gravemente doente e que, aparentemente, todos estão se recuperando. Ainda segundo Ryall, nas próximas horas serão divulgados os resultados de exames mais detalhados.

Os dez suspeitos de estarem com gripe suína fazem parte do grupo de 25 universitários e três professores que ontem foram colocados em quarentena assim que chegaram à Nova Zelândia. O grupo, que chegou do México, foi isolado porque 13 de seus integrantes apresentaram sintomas similares aos da gripe durante a viagem de volta. Como medida de precaução, todos foram submetidos a exames. México

No México, onde surgiu o surto de gripe suína, eventos públicos foram cancelados para evitar que o vírus se espalhe. Cerca de 70% dos bares e restaurantes da capital foram fechados, segundo a BBC Brasil.

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O governo já recomendou que a população evitasse cumprimentos com as mãos e a Embaixada dos Estados Unidos aconselhou visitantes a permanecerem a pelo menos 1,8 metros de distância de outras pessoas.

segundo a BBC, as autoridades de saúde do México também foram autorizadas a isolar pessoas contaminadas, caso seja necessário. O ministro da Saúde do México, José Córdova, afirmou que um total de 1,3 mil pessoas foram internadas com sintomas suspeitos da gripe suína desde o dia 13 de abril e que os pacientes estão sendo examinados.