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Iraque

EUA defendem ação de tropas e dizem que chacina foi 'armada'

Comandantes americanos no Iraque acusaram, nesta segunda-feira, poderosos grupos xiitas de deslocarem cadáveres de militantes mortos em uma batalha para corroborar as acusações de que tropas lideradas pelos EUA realizaram um massacre contra fiéis desarmados em uma mesquita.

- Após o fato, alguém entrou e fez a cena parecer diferente do que era. Houve uma enorme desinformação - disse o general Peter Chiarelli, segundo na hierarquia militar dos EUA no Iraque.

Ele rejeitou as acusações de massacre, que levaram o governo, comandado por xiitas, a exigirem que os EUA cedam o controle sobre a segurança. O general não quis, porém, dizer qual grupo teria movimentado os cadéveres.

A TV estatal mostrou cenas de corpos sem armas num lugar que, segundo ministros xiitas, parte de uma mesquita controlada por seguidores do clérigo radical Moqtada Al Sadr. O ministro da Segurança acusou tropas iraquianas e americanas de terem matado 37 homens desarmados.

Ao dar as primeiras explicações dos EUA para o caso, no domingo, Chiarelli disse que a ação foi realizada por 50 integrantes das forças especiais iraquianas, com ajuda de cerca de 25 "assessores" americanos, após um longo trabalho de inteligência. Ele afirmou desconhecer, porém, a afiliação religiosa dos 16 "insurgentes" supostamente mortos.

O general disse também que um iraquiano sequestrado, cujo resgate estava fixado em 20 mil dólares, foi libertado do local. Três combatentes teriam ficado feridos e 18 pessoas teriam sido presas. Chiralli insistiu que o local não era uma mesquita, e sim um prédio de escritórios. Vizinhos e assessores de Sadr a chamam de mesquita e dizem que antigamente o local abrigava escritórios do partido Baath, do ex-ditador Saddam Hussein.

- Houve tiroteio em todas as salas - disse o comandante.

Outro general, J. D. Thurman, cuja divisão controla Bagdá, disse que várias armas, inclusive 34 rifles e um granadas de propulsão, foram encontradas no local.

- Se era uma mesquita, por que estavam usando o lugar para manter reféns? - questionou.

Chiarelli manteve a versão dos EUA, contestada por seguidores de Sadr e por outros líderes xiitas, mas em geral condizente com relatos policiais e de testemunhas que disseram ter ouvido um violento tiroteio. O general disse que as forças especiais iraquianas, acompanhadas de aproximadamente 25 assessores, treinadores, médicos e especialistas em bombas dos EUA, chegaram ao local ao anoitecer e imediatamente foram alvejados por militantes que estariam no prédio.

As tropas "limparam o local", segundo ele, matando ou prendendo seus ocupantes.

- Foram as forças iraquianas que fizeram o combate - salientou.

Thurman disse que helicópteros dos EUA estavam voando naquele momento, mas dando apoio a outra missão. Todos os mortos, segundo Chiarelli, foram vítimas de disparos dos iraquianos. O general afirmou que o refém era um protótico.

- Mostraram a ele uma foto da filha e disseram que, se ele não pagasse 20 mil dólares, estaria morto no dia seguinte.

Questionado sobre a aparente surpresa - quando não desaprovação - da governista Aliana Islâmica Xiita, Chiarelli disse que a ação "foi coordenada por meio dos canais militares".

- Nem toda operação que fazemos é coordenada com cada político no Iraque.

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