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A Casa Branca rejeitou nesta quarta-feira (22) a decisão de Espanha, Irlanda e Noruega de reconhecer formalmente a Palestina como um Estado independente no próximo dia 28, alegando que uma solução de dois Estados deve ser alcançada por meio de negociações diplomáticas.
Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional disse à rede de televisão CNN que, embora "o presidente (Joe Biden) seja um forte defensor de uma solução de dois Estados e tenha sido durante toda a sua carreira", ele acredita que "um Estado palestino deve ser alcançado por meio de negociações diretas entre as partes, não por meio de reconhecimento unilateral".
Biden defendeu sua posição em diversas ocasiões nos últimos meses. Em um evento público no último fim de semana, o presidente americano afirmou que a solução de dois Estados é "a única forma das pessoas viverem em paz, segurança e dignidade".
Repercussão entre países
Bélgica - O primeiro-ministro da Bélgica, Alexander de Croo, também rejeitou nesta quarta o reconhecimento imediato do Estado palestino, como farão Espanha, Irlanda e Noruega no próximo dia 28, por considerar que "a prioridade" é libertar os reféns israelenses em poder do grupo terrorista Hamas e conseguir um cessar-fogo na guerra em Gaza
"A prioridade da Bélgica no momento é ver como podemos libertar os reféns e como podemos ter um cessar-fogo imediato", disse De Croo à rede de televisão LN24.
No entanto, a questão será discutida pelo Conselho de Ministros do governo ainda hoje, com as bancadas socialista, ambientalista e democrata-cristã flamenga pressionando De Croo, do partido liberal, a seguir os passos de Espanha, Irlanda e Noruega.
França - O ministro das Relações Exteriores da França, Stéphane Séjourné, disse que o reconhecimento da Palestina "não é um tabu", mas deve ser feito "no momento certo" para que "seja decisivo".
O reconhecimento de um Estado palestino não é apenas uma questão simbólica ou um posicionamento político, mas uma ferramenta diplomática a serviço da solução de dois Estados, afirmou ainda Sejourné.
Segundo o ministro, "a França não considera que existam condições para que essa decisão tenha um impacto real sobre esse processo no momento".
Jordânia e Egito - Os dois países receberam a decisão da Espanha, Noruega e Irlanda de reconhecer a Palestina como um Estado como uma notícia positiva que pode "criar um horizonte político" para a paz no Oriente Médio.
"Recebemos com beneplácito o reconhecimento do Estado da Palestina, e apreciamos essas decisões que consolidam o caminho para a paz e a solução de dois Estados", disse o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, em entrevista coletiva em Amã ao lado do chanceler húngaro, Péter Szijjártó.
Safadi disse esperar que outros países se juntem à Espanha, Noruega e Irlanda em "um movimento mais amplo para impor a paz e colocar o mundo inteiro e a região em um caminho claro rumo a uma paz justa e duradoura, sem a qual nenhuma outra solução garantirá segurança e estabilidade para os palestinos, Israel e toda a região".
O Ministério das Relações Exteriores do Egito expressou sentimentos semelhantes, conclamando em uma declaração os países que ainda não tomaram essa decisão a "avançar nessa direção, a fim de defender os direitos do povo palestino".
Arábia Saudita e Catar - Arábia Saudita e o Catar também apoiaram a decisão dos países europeus e pediram que os governos do mundo "sigam o exemplo" de Espanha, Noruega e Irlanda e "se apressem" em reconhecer o Estado palestino.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores saudita classificou como "positiva" a decisão tomada pelos três países europeus. A pasta ainda apelou a outras nações, especialmente aquelas que são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, a "acelerar uma decisão semelhante que contribua para encontrar um caminho confiável e irreversível" para uma solução de dois Estados.
Já o Ministério das Relações Exteriores do Catar considerou o reconhecimento da Palestina como "um passo importante em apoio à solução de dois Estados e para a conquista da paz e da estabilidade" no Oriente Médio. (Com Agência EFE)
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