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Família de imigrantes caminha em abrigo em El Paso, no Sul dos Estados Unidos | Ivan Pierre Aguirre/ Washington Post
Família de imigrantes caminha em abrigo em El Paso, no Sul dos Estados Unidos| Foto: Ivan Pierre Aguirre/ Washington Post

Pelo menos 463 imigrantes que atravessaram ilegalmente a fronteira dos EUA nos últimos meses podem ter sido deportados para seus países de origem sem os filhos, que continuam em abrigos espalhados pelo território americano.

Segundo o documento, os dados desses casos indicam que "o adulto não está nos EUA". O número se soma aos 12 já identificados de deportação (para crianças com menos de cinco anos de idade), chegando a um total de 475. Cada uma dessas famílias atravessou unida a fronteira dos EUA com o México, mas foram detidas e separadas pelas agências de imigração. 

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Desde abril, o governo Trump passou a aplicar uma política de tolerância zero à travessia ilegal, denunciando todos os adultos pelo crime. Com isso, os pais eram enviados a prisões federais, e as crianças, a abrigos administrados pelo governo. 

Pelo menos 2.654 crianças foram separadas dos pais e enviadas a abrigos. Após a repercussão negativa, Trump suspendeu a prática e prometeu reunir as famílias

Prazo expira na quinta

A Justiça americana deu um prazo de 30 dias, que expira na quinta, para o governo Trump reunir rapidamente o maior número possível de famílias separadas. Na semana passada, o juiz distrital Dana Sabraw pediu ao governo que esclarecesse quantos pais que poderiam se reunir com seus filhos não estão mais nos Estados. E suspendeu temporariamente as deportações de famílias que se reencontraram. 

Stephen Kang, um dos advogados que defende os imigrantes, disse que o relatório de segunda-feira parece ser a primeira tentativa do governo, por mais imprecisa que seja, para calcular o número de migrantes que foram deportados sem seus filhos. "Se este número for tão grande quanto o relatório sugere, isso será um grande problema para nós", disse Kang. "Temos muitas perguntas." 

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Os advogados dos imigrantes dizem que os pais migrantes foram pressionados a assinar formulários de deportação voluntária, pelo desespero de serem libertados da detenção, depois que seus filhos e filhas foram levados e enviados para abrigos do governo. 

"Estamos preocupados com a informação equivocada dada a esses pais sobre seus direitos de lutar contra a deportação sem seus filhos. Localizá-los na América Central será desafiador e demorado”, disse Kang. 

O governo Trump insiste em dizer que todos os pais migrantes que foram deportados deram seu consentimento por escrito e foram devidamente informados de seus direitos em sua língua nativa. 

Balanço

Segundo as informações prestadas à Justiça, o governo americano reuniu 879 pais com seus filhos até a segunda. Até sexta, eram 450. Outros 538 pais foram autorizados a se reunir com seus familiares e estão aguardando transporte, o que significa que pelo menos metade das famílias separadas provavelmente voltarão a estar juntas até o prazo de quinta-feira. 

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 Mas os processos de deportação pela entrada ilegal continuam em andamento --e levaram à saída de alguns pais do território americano sem os filhos. Até agora, 130 desses pais optaram por não se reunir com seus familiares. Em alguns casos, eles preferem que seja permitido a seus filhos permanecerem nos Estados Unidos com outro parente enquanto seus apelos de imigração estão pendentes.

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