A Assembleia Geral de 151 países na Agência Nuclear de Energia Atômica (AIEA), braço da Organização das Nações Unidas (ONU) que monitora o uso da energia nuclear no mundo, derrotou por pequena margem uma tentativa dos países árabes para que Israel abrisse seu programa nuclear às inspeções da entidade.
O resultado foi considerado pelos Estados Unidos como positivo para o processo de paz no Oriente Médio. Das nações que enviaram delegados à votação nesta sexta-feira (24) em Viena, 51 votaram contra a proposta de resolução, chamada "A capacidade nuclear de Israel". Quarenta votaram a favor e 23 se abstiveram. O restante não enviou delegados à sessão.
Em Jerusalém, a Comissão de Energia Atômica de Israel expressou a esperança de que a Liga Árabe "se absterá de levantar a proposta no próximo ano". Mas o Irã, que apoiou com entusiasmo a proposta da Liga Árabe, da qual não faz parte, prometeu que em 2011 reapresentará a moção na próxima assembleia geral do órgão.
O delegado dos EUA na AIEA, Glyn Davies, disse que a votação foi significativa no contexto das negociações em curso entre Israel e os palestinos e os planos apoiados por Washington para a região, os quais incluem uma grande conferência nos próximos dois anos para declarar o Oriente Médio uma região livre de armas nucleares.
Antes da votação, Washington, seus aliados e Israel reafirmaram que se a resolução fosse aprovada ela ameaçaria tanto as negociações em curso entre Israel e os palestinos quanto as chances de ocorrer no futuro uma conferência para livrar o Oriente Médio de armas nucleares.
Já os países árabes, com o apoio de Teerã, afirmavam o contrário, que justamente a aprovação da resolução é que permitiria inspeções ao programa nuclear israelense e que isso livraria no futuro o Oriente Médio de armas nucleares. Acredita-se que Israel seja o único país na região a possuir armas nucleares, embora o governo israelense jamais tenha admitido.
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