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O embaixador norte-americano na ONU, John Bolton, desafiou na sexta-feira a Rússia e a China a apresentarem alternativas jurídicas para superar o impasse em torno de uma resolução do Conselho de Segurança que ordena a suspensão do programa nuclear do Irã.

Rússia e China se opõem ao uso do artigo 7 da Carta da ONU, que torna seu cumprimento obrigatório e abre caminho para sanções e ações militares, desde que haja resoluções complementares nesse sentido.

Estados Unidos, Grã-Bretanha e França apresentaram a proposta na noite de quarta-feira. O texto cita o artigo 7, mas não fala em sanções, embora os EUA deixem claro que elas seriam a próxima etapa.

"Uma das questões que estamos discutindo é o que constitui uma resolução obrigatória, se as resoluções do Conselho de Segurança que não estejam sob o artigo 7 são ou não de cumprimento obrigatório", afirmou Bolton.

"A questão de se há uma outra forma aceitável é algo que pedimos que os russos e chineses forneçam. Estamos esperando para saber como isso poderia ser feito."

Bolton disse que há discordâncias entre os juristas sobre se qualquer resolução do Conselho é de cumprimento obrigatório ou apenas aquelas que citam o artigo 7.

Rússia e China, que têm poder de veto, temem que um excesso de pressão sobre o Irã tenha efeito contrário ou precipite uma crise do petróleo. Ambos os países se opõem às sanções e temem que os EUA usem o artigo 7 da Carta da ONU para justificar uma ação militar.

"A melhor forma de apoiar o Irã é fazer com que o Irã ouça muito atentamente o que a comunidade internacional tem a dizer", disse o novo embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin.

"Estamos buscando formas de adotar uma resolução significativa, com a qual todos os membros do Conselho de Segurança possam conviver e que envie um sinal significativo ao Irã, e que portanto avance na perspectiva de uma solução política e diplomática."

Bolton quer um acordo antes da reunião dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança -- EUA, França, Grã-Bretanha, China e Rússia -- mais a Alemanha sobre o Irã, na noite de segunda-feira.

Para isso, todos os 15 membros do Conselho devem iniciar consultas sobre a resolução na tarde de sábado, após outra rodada de negociações entre os membros permanentes.

"É cedo para dizer se poderemos encontrar um acordo", disse o embaixador francês na ONU, Jean-Marc de la Sabliere. "Mas parece que demos alguns passos nesse sentido. Significa que há muito trabalho a ser feito."

O Irã diz que seu programa nuclear é exclusivamente pacífico e lembra que, em três anos de investigação, a Agência Internacional de Energia Atômica não encontrou provas em contrário.

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