Repercussão
Presidente do Google classifica espionagem como "ultrajante"
O presidente-executivo do Google, Eric Schmidt, irritou-se com os relatos de que o governo norte-americano teria espionado centros de dados da empresa. Ele descreveu a atitude como "ultrajante" e potencialmente ilegal, se for comprovada.
"Os passos que a organização (NSA) estava disposta a fazer, sem bom senso para cumprir sua missão e, potencialmente, violar a privacidade das pessoas, não são aceitáveis", afirmou Schmidt em entrevista para o Wall Street Journal.
O presidente disse também que o Google já registrou queixas contra a NSA, o presidente Barack Obama e membros do Congresso. "A Agência de Segurança Nacional supostamente recolheu os registros telefônicos de todas as chamadas de telefone de 320 milhões de pessoas, a fim de identificar cerca de 300 pessoas que podem ser um risco. Isso é apenas política pública ruim. E talvez ilegal", declarou Schmidt ao jornal.
Em resposta às críticas, a NSA manteve versão declarada na semana passada sobre as revelações publicadas na imprensa e afirmou que elas "descaracterizam" as atividades da agência.
Folhapress
A Casa Branca e os líderes dos comitês de Inteligência do Congresso norte-americano rejeitaram o pedido de clemência ao ex-analista da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês), Edward Snowden. "Snowden violou a lei norte-americana", afirmou o conselheiro da Casa Branca Dan Pfeiffer no domingo. O ex-analista está asilado na Rússia.
"Ele deve voltar para os Estados Unidos e enfrentar a Justiça", afirmou Pfeiffer, acrescentando, ao ser perguntado, que não são discutidas ofertas de clemência a Snowden. O ex-analista fez o pedido em carta entregue a um político alemão divulgada na última sexta-feira. Em carta de uma página, ele pediu clemência das acusações sobre o vazamento de informações secretas da NSA a órgãos de imprensa. "Falar a verdade não é um crime", escreveu Snowden.
A presidente do Comitê de Inteligência do Senado, Dianne Feinstein, disse que, se Snowden fosse um verdadeiro delator, ele poderia ter feito as revelações ao comitê, de forma privada. "Isso não aconteceu e agora ele prestou um enorme desserviço ao nosso país", afirmou a senadora democrata. "Eu acho que a resposta é um não ao pedido de clemência."
O presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, deputado Mike Rogers, disse que o pedido de clemência para Snowden é uma "ideia terrível". "Ele precisa voltar e assumir", disse Rogers, que é republicano.
As revelações do ex-analista de inteligência, incluindo as acusações de que os Estados Unidos grampearam líderes aliados, como a chanceler alemã Angela Merkel, fizeram com que aliados pedissem o fim da espionagem e levaram o Congresso a revisar as leis de vigilância e reduzir os poderes das agências do setor.
Michael Hayden, ex-diretor da NSA e da CIA, disse que é possível que Obama não soubesse sobre o grampo ao telefone de Merkel, mas afirmou ser "impossível" que os principais funcionários de seu governo não estivessem cientes.
Abin deverá se explicar sobre monitoramento
Folhapress
Congressistas cobraram ontem explicações do governo federal sobre operações secretas realizadas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o objetivo de espionar diplomatas de outros países em embaixadas e residências no Brasil.
O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), vice-presidente da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso, quer convocar o diretor-geral da Abin, Wilson Trezza, e o ministro José Elito Carvalho Siqueira, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência para prestarem esclarecimentos.
"Acho gravíssima essa espionagem, mas temos que ver o contexto em que ela ocorreu, se teve autorização legal ou da Justiça. Se não, parece dois pesos e duas medidas: faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço", disse Ferraço.
Relatório
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou ontem um relatório produzido pela Abin que mostra detalhes sobre dez operações realizadas entre 2003 e 2004 pela agência com o monitoramento de diplomatas da Rússia, Irã e Iraque.
O governo confirmou as operações, mas disse que elas obedeceram a lei brasileira e que tinham como meta proteger segredos de Estado. Segundo a presidência, foram operações de contrainteligência, ou seja, com o objetivo de proteger segredos de interesse do Estado brasileiro.
A embaixada iraquiana em Brasília divulgou uma nota na qual diz que a embaixada mantém a "absoluta confiança na força que caracteriza as relações entre o Iraque e o Brasil" e destaca o "o enorme desejo" que os países elevem as relações "em todos os sentidos".
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