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Os Estados Unidos descartam por enquanto a liberação dos fundos congelados do Banco Central do Afeganistão porque acreditam que o Talibã deu abrigo ao líder da Al Qaeda, Ayman al Zawahiri, que foi morto em julho em um ataque americano com um drone em Cabul.
"Não vemos a recapitalização dos fundos do Banco Central afegão como uma opção no curto prazo", disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, em entrevista coletiva nesta segunda-feira.
O porta-voz afirmou que a presença de Al Zawahiri em solo afegão com o "conhecimento" do governo talibã "reforça as preocupações profundas sobre o possível desvio desses fundos para grupos terroristas".
Price especificou, no entanto, que os Estados Unidos estão procurando mecanismos alternativos para levar esses recursos "de forma eficiente ao povo afegão sem que sejam desviados para os terroristas".
"O fim de nossa operação militar no Afeganistão não significa o fim de nossa missão humanitária", destacou.
O governo de Joe Biden mantém bloqueados US$ 7 bilhões em fundos do Banco Central afegão, dos quais pretende destinar US$ 3,5 bilhões para as famílias das vítimas dos ataques de 11 de setembro de 2001 e os outros US$ 3,5 bilhões para fundos humanitários para o Afeganistão.
Em 28 de julho, uma delegação dos EUA se reuniu no Uzbequistão com representantes do Talibã para discutir a liberação desses recursos, mas pouco depois, em 31 de julho, os EUA mataram Al Zawahiri em um ataque com drone na capital afegã.
Antes de o Talibã tomar o poder há apenas um ano, o Banco Central afegão havia depositado US$ 9 bilhões no exterior.
Desse montante, US$ 7 bilhões estão nos EUA e o restante em outros países, como Suíça, Alemanha e Emirados Árabes Unidos.
Segundo a ONU, o Afeganistão enfrenta um enorme desastre humanitário, em grande parte devido ao bloqueio de fundos e de grande parte da ajuda externa, decretado em resposta à tomada do poder pelos talibãs, que são alvo de sanções internacionais.