Washington - A administração de Barack Obama anunciou ontem que não irá mais defender a constitucionalidade de uma lei que barra o reconhecimento de uniões entre pessoas do mesmo sexo.
De acordo com o secretário de Justiça, Eric Holder, Obama concluiu que seu governo não pode defender a lei federal que define que casamento só pode designar a união de um homem com uma mulher.
"O cenário legal mudou muito nos últimos 15 anos, quando o Congresso aprovou o Ato de Defesa do Casamento", disse Holder em um comunicado.
Ele lembrou que o debate no Congresso americano que levou à aprovação do ato "contém numerosas expressões que refletem reprovação moral a gays e lésbicas e suas relações íntimas e familiares, sendo o tipo de pensamento baseado em estereótipos o que a Cláusula de Proteção das Igualdades [da Constituição americana] visa impedir".
Até então, o Departamento de Justiça defendia a lei. A mudança de posição rendeu elogios de congressistas democratas no Congresso, mas gerou reação negativa do líder republicano John Boehner.
"Enquanto os americanos querem que Washington se concentre em criar empregos e cortar gastos, o presidente terá que explicar porque ele agora acha apropriado lançar uma discussão que divide o país", disse o porta-voz de Boehner, Michael Steel.
Sempre evoluindo
Na Casa Branca, o porta-voz Jay Carney disse que Obama "ainda avalia" sua visão pessoal sobre o casamento gay, mas que sempre se opôs pessoalmente à lei, dizendo que ela é "desnecessária e injusta".
Em uma coletiva de imprensa em dezembro do ano passado, respondendo à pergunta de um repórter, o presidente havia dito que sua posição sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo "está sempre evoluindo". No passado, ele se opôs ao casamento e apoiou a união civil para casais homossexuais. "Isso é algo que continuaremos a debater", acrescentou Obama na ocasião.