A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse neste domingo que os Estados Unidos vão rever a ajuda financeira de bilhões de dólares dada ao Paquistão, depois que o presidente Pervez Musharraf decretou estado de emergência no sábado. O presidente, que também é general das Forças Armadas, teve sua decisão apoiada neste domingo pelo novo líder da Suprema Corte do país - que declarou a constitucionalidade do ato Executivo.
- Obviamente, vamos ter que revisar a situação da ajuda, em parte porque temos que ver o que pode ser provocado por certos estatutos - disse Rice a repórteres que a acompanham em viagem a Jerusalém.
Neste domingo, o primeiro-ministro paquistanês, Shaukat Aziz, disse em uma entrevista coletiva para a imprensa que o governo continua defendendo o processo democrático , mas que as eleições previstas para janeiro podem ser transferidas. Aziz reconheceu ainda que entre 400 e 500 pessoas, entre líderes da oposição e manifestantes, foram detidas por "medida de prevenção".
No sábado, pouco após o anúncio do governo paquistanês, os EUA se pronunciaram , afirmando que o país deve cumprir suas promessas de fazer eleições livres no começo do próximo ano.
O Paquistão recebeu cerca de US$ 10 bilhões em ajuda americana desde 2001. Boa parte desse montante esteve relacionado com a ajuda ao combate ao terrorismo.
- Temos que ser muito conscientes do fato de que parte da assistência dada ao Paquistão tem a ver diretamente com missões de contraterrorismo. Esse é um assunto complicado.
O Paquistão recebeu neste ano cerca de US$ 700 milhões em ajuda econômica e militar dos EUA, e deve receber em 2008 mais de US$ 800 milhões. O país também recebe bilhões de dólares em assistência a missões de combate ao terrorismo.
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