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O líder norte-coreano, Kim Jong-un, durante uma inspeção do Destacamento da Defesa de Istambul Hwa | KR/
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O líder norte-coreano, Kim Jong-un, durante uma inspeção do Destacamento da Defesa de Istambul Hwa| Foto: KR/ KCNA

Um dia depois que a Coreia do Norte fez um teste com sua bomba nuclear mais potente até agora, a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, disse que o regime de Kim Jong-un está "implorando por guerra" e instou os países-membros do Conselho de Segurança da ONU a adotarem as "mais duras" sanções contra o país asiático. 

"Chegou a hora de esgotarmos todos os meios diplomáticos antes que seja tarde demais", disse Haley, durante reunião de emergência do Conselho convocada para esta segunda-feira (4), feriado nos EUA.  

"As ameaças nucleares (do regime de Kim Jong-un) mostram que ele está implorando por guerra", disse. "Não queremos isso (guerra) agora. Mas a paciência do nosso país não é ilimitada."  

A embaixadora anunciou, no fim da reunião, que os EUA circularão um texto de resolução com sanções adicionais que pode ser votado na próxima semana. Segundo o regime norte-coreano, a bomba testada no domingo (3) é de hidrogênio, muito mais potente que uma bomba nuclear comum. O abalo captado por Seul foi dez vezes mais forte do que o gerado por testes de Pyongyang até então. 

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Além da potência da última bomba testada, o regime norte-coreano vem dando provas da sua capacidade de ataque com lançamento de mísseis intercontinentais ou de médio alcance —um desses últimos cruzou o território japonês em 29 de agosto.  

Washington também teria informações de que a Coreia do Norte já possui tecnologia para reduzir o tamanho das ogivas nucleares a fim de inseri-las nos mísseis. 

Novos testes 

Nesta segunda (4), o governo da Coreia do Sul disse ter detectado indícios de que Pyongyang prepara um novo lançamento de um míssil balístico intercontinental, que teria capacidade de atingir o Alasca ou o Havaí.  

O ministro da Defesa sul-coreano, Song Young-moo, disse ter pedido ao secretário de Defesa americano, Jim Mattis, para que os EUA enviassem regularmente à região submarinos nucleares, bombardeiros e cargueiros.  

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Em telefonema nesta segunda, o presidente Donald Trump e o colega sul-coreano, Moon Jae-in, concordaram em retirar o limite de peso das ogivas dos mísseis de Seul, que hoje é de 500 kg.  

A cooperação militar entre os dois países prevê limites aos mísseis que a Coreia do Sul tem em seu território. Em 2012, os EUA aceitaram estender o alcance máximo para 800 km —o que permitiria atingir qualquer ponto do território norte-coreano a partir de qualquer ponto do país do sul—, mas tinham mantido o limite de peso para a bomba.  

Trump também teria dado a sua "aprovação conceitual" para a compra, por Seul, de "muitos bilhões de dólares" em armas e equipamentos militares dos EUA.  

Sanções  

Na reunião do Conselho de Segurança, o embaixador chinês na ONU, Liu Jieyi, afirmou que a Coreia do Norte deve "parar de tomar ações erradas", mas defendeu uma proposta de seu governo com a Rússia de que Pyongyang congele o programa nuclear em troca de os EUA e a Coreia do Sul suspenderem exercícios militares conjuntos.  

Momentos antes, Haley havia considerado a proposta "um insulto". "Quando um regime canalha tem uma arma nuclear e um ICBM (míssil balístico intercontinental, que poderia atingir os EUA) apontados para você, você não baixa a sua guarda."  

Desde julho de 2006, o Conselho de Segurança já adotou sete rodadas de sanções contra Pyongyang. Em 5 de agosto deste ano, o órgão aprovou punições vetando as exportações norte-coreanas de carvão, ferro, minério de ferro, chumbo, minério de chumbo e pescados.  

As sanções "mais duras possíveis" pedidas pelos EUA passariam, necessariamente, pelo petróleo, com a possibilidade de proibir a exportação do combustível ao país.  

Para aprovar mais sanções, porém, é preciso o aval da China, que responde por cerca de 80% do comércio com a vizinha Coreia do Norte.

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