Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha disseram nesta quarta-feira (6) que as grandes potências mundiais estão de acordo sobre a necessidade de discutir novas sanções da ONU contra o Irã, ao mesmo tempo em que a Rússia negava haver qualquer consenso sobre o caso entre os seis países responsáveis.

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Segundo relato da chancelaria britânica, os seis países teriam concordado durante uma teleconferência que "enquanto o contato informal entre (o chefe da política externa da UE, Javier) Solana e (o negociador iraniano, Saeed) Jalili continua, não temos escolha senão buscar novas sanções contra o Irã".

Já o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, disse que não havia um consenso definitivo entre os países para uma quarta rodada de sanções contra Teerã.

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Churkin disse que alguns dos seis países, na tentativa de persuadir Irã a congelar seu programa nuclear, levantaram a idéia de novas sanções, mas acrescentou: "não houve um acordo firme ou entendimento ou nenhum tipo de comum acordo sobre isso."

Nesta terça-feira, o Irã entregou a Solana uma carta de uma página em que não dá uma resposta concreta à proposta internacional de suspender o enriquecimento de urânio em troca da suspensão de novas sanções.

A partir daí, seria discutido um pacote de benefícios políticos e econômicos para que Teerã abandonasse o programa nuclear, que o Ocidente suspeita estar voltado para o desenvolvimento armamentista.

Teerã insiste no caráter pacífico de seu programa nuclear, que no entanto já lhe rendeu três pacotes de sanções da ONU.

Na carta, o Irã promete "uma resposta clara" à proposta em data não-especificada.

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Gonzalo Gallegos, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, disse que as seis potências envolvidas (EUA, Grã-Bretanha, França, Rússia, China e Alemanha) estão discutindo os próximos passos a serem dados no Conselho de Segurança e "começando a considerar possíveis resultados de outra resolução com sanções".

Apesar de defender novas sanções, Washington admite que elas ainda podem demorar meses, devido à resistência de China e Rússia. Possivelmente, o assunto ficará para o próximo presidente dos EUA, que toma posse em janeiro.

Um diplomata europeu confirmou que não haverá novas sanções imediatas e que o diálogo será mantido. "Não é para amanhã", afirmou.