Forças da Otan mataram o militante do Taleban responsável por abater um helicóptero dos Estados Unidos no fim de semana, mas não o líder insurgente que estava sendo perseguido na malfadada operação, disse nesta quarta-feira o principal comandante norte-americano no Afeganistão.

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O ataque contra o helicóptero Chinook, ocorrido no sábado em um vale remoto a sudoeste de Cabul, foi o mais letal incidente para as forças dos EUA em quase dez anos de guerra, resultando na morte de 30 militares. Oito afegãos também perderam a vida no ataque.

O general John Allen disse a jornalistas que o líder militante perseguido naquela ocasião continua à solta, mas que a perseguição prosseguirá.

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A morte de tantos norte-americanos num só incidente -- e o fato de muitos deles pertencerem à respeitada Seal, força de elite dos fuzileiros navais -- provocou nos EUA uma repercussão que outros acontecimentos na frente de batalha não tiveram, e fizeram a impopular guerra, geralmente ofuscada por questões domésticas, voltar ao centro do noticiário.

Na terça-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, visitou a Base Aérea de Dover para assistir à chegada dos restos mortais dos soldados, que ainda não foram identificados. Os militares iniciaram uma investigação sobre o caso.

Allen defendeu a decisão de mobilizar uma tropa de elite na operação, porque se tratava de "impedir aquele elemento (dirigente Taleban) de escapar." "Nesse processo, a aeronave foi atingida por uma granada de propulsão e caiu", explicou ele por videoconferência a jornalistas no Pentágono.

Questionado sobre o uso de uma aeronave lenta como o CH-47 Chinook, Allen disse: "Realizamos mais de 2.000 dessas operações noturnas ao longo do ano passado, e essa foi a única ocasião em que isso ocorreu ... Não é nada incomum o uso dessa aeronave em nossas missões especiais."

O general disse que um bombardeio subsequente, por volta de meia-noite de segunda-feira, matou outros insurgentes do Taleban supostamente responsáveis pelo ataque -- afirmação que o Taleban imediatamente contestou.

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A força da Organização do Tratado do Atlântico Norte no Afeganistão (Isaf) disse que foram mortos o mulá Mohibullah, um dos líderes do Taleban, e o militante que disparou a granada. Os dois estariam tentando fugir do país, supostamente na direção de refúgios no Paquistão.

O Pentágono disse que ambos estavam em um local bombardeado por um caça F-16.

No Afeganistão, Zabihullah Mujahid, porta-voz do Taleban, disse à Reuters, falando por telefone de um local não revelado, que "a pessoa que abateu o helicóptero está viva, e está em outra província operando contra (as forças estrangeiras)."