Os Estados Unidos e a Alemanha alertaram a Rússia nesta sexta-feira (31) a não fornecer um avançado sistema de defesa aérea ao governo do presidente sírio Bashar Assad. Autoridades afirmam que isso colocaria em risco a conferência de paz planejada para a Síria e poderia alterar o equilíbrio no Oriente Médio.
Segundo o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o ministro alemão de Relações Exteriores, Guido Westerwelle, o fato de a Rússia transferir o míssil S-300 para a Síria poderia prolongar a guerra civil no país, colocar em perigo as tentativas de formar um governo de coalizão e ferir interesses estratégicos de Israel.
"Independentemente de ser ou não um contrato antigo, o armamento fornecido a Assad tem impacto profundamente negativo sobre o balanço de interesses e a estabilidade da região, além de pôr Israel em risco", afirmou Kerry.
Westerwelle solicitou à Rússia que não "'atrapalhe' a conferência", planejada para acontecer em Genebra no mês que vem mas remarcada para o começo de julho.
"Não coloquem em perigo a conferência de paz em Genebra", ele disse. "Ao entregar o míssil S-300 ou outras armas (à Síria), nossos colegas russos enviarão ao mundo a mensagem errada".
Kerry e Westerwellle discursaram um dia após Assad sugerir que seu regime recebeu o primeiro carregamento do moderno sistema antiaéreo, o que reduziria a pressão sobre ele para negociar com a oposição, dificultaria a intervenção estrangeira na Síria e deixaria Israel sob alerta.
Autoridades russas disseram que forneceriam o S-300 para a Síria mediante um contrato preexistente. Também afirmaram que tentarão convencer o regime de Assad a participar da convenção de paz de Genebra. Em contrapartida, a oposição síria alertou que não participará da conferência caso os massacres continuem.
Kerry disse que acredita que a oposição vai participar do encontro, uma vez que a não participação levanta questionamentos sobre sua liderança contrária a Assad. As informações são da Associated Press.
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