Os Estados Unidos e governos árabes e europeus começaram a discutir a possibilidade de exílio para Bashar al Assad, apesar do ceticismo com a hipótese de que o presidente sírio aceite tal oferta, disseram autoridades ocidentais à Reuters.
Até agora não houve progressos nessas conversações, e não há uma sensação real de que a queda de Assad seja iminente. Apesar disso, uma fonte oficial disse que até três países estariam dispostos a receber o presidente para colocar um fim aos dez meses de violência na Síria.
Duas fontes disseram que nenhum país europeu aceitaria dar asilo a Assad, mas um funcionário afirmou que os Emirados Árabes Unidos estariam abertos a isso.
Assad está cada vez mais isolado no cenário internacional por causa da repressão violenta aos manifestantes que pedem democracia na Síria. A Liga Árabe solicitou ao Conselho de Segurança da ONU que imponha um ultimato para que Assad se afaste do poder, mas a Rússia se opõe. Assad responde a essa pressão intensificando os ataques contra os redutos da oposição.
As fontes, que falaram sob anonimato, disseram que as discussões sobre o exílio de Assad não foram uma iniciativa nem dos EUA nem da União Europeia. Vários países árabes já vinham falando nisso como uma possibilidade para acabar com a violência na Síria.
"Entendemos que alguns países se ofereceram para recebê-lo caso ele opte por deixar a Síria", disse um alto funcionário do governo norte-americano, sem citar nenhum país.
Antes disso, no entanto, seria preciso esclarecer se Assad ganharia algum tipo de imunidade judicial - algo a que a oposição síria e grupos internacionais de direitos humanos devem se opor.
"Há dúvidas significativas sobre a responsabilidade pelos terríveis abusos que foram cometidos contra o povo sírio", disse o funcionário norte-americano. "Afinal, essas questões serão deliberadas pelo povo sírio em concordância com os parceiros regionais e internacionais. Trata-se do que os sírios precisam para acabar com a crise e iniciar o processo de reconstrução do país."