Autoridades de Cuba e dos Estados Unidos mantiveram nesta sexta-feira (27) uma segunda rodada de conversas para restaurar as relações diplomáticas. Os cubanos pressionaram para serem retirados de uma lista dos EUA de países patrocinadores do terrorismo, enquanto os norte-americanos dizem que a designação não deve ser ligada às negociações sobre a abertura de embaixadas.

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As reuniões de um dia derivam da decisão, anunciada em dezembro, de normalizar as relações entre os dois ex-inimigos dos tempos da Guerra fria, o que inclui a abertura de representações diplomáticas nas duas nações e a troca de prisioneiros. Os EUA cortaram os laços diplomáticos com Cuba 54 anos atrás.

As delegações presentes às conversas desta sexta-feira, que deram sequência a uma primeira rodada de negociações em Havana no mês passado, foram lideradas pela secretária-assistente de Estado norte-americana para a América Latina, Roberta Jacobson, e a chefe da divisão norte-americana do Ministério das Relações Exteriores cubano, Josefina Vidal.

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Os EUA disseram que as tratativas deveriam se concentrar em temas a respeito da atuação dos diplomatas nas futuras embaixadas, mas Cuba pressiona Washington a retirá-la de sua lista de apoiadores do terrorismo antes do restabelecimento oficial dos laços diplomáticos. Havana afirma que as sanções dos EUA a bancos que fazem negócios com países da lista a impedem de conduzir questões diplomáticas em território norte-americano. Mas restabelecer as relações diplomáticas não deve estar atrelado à lista, afirmou o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, acrescentando que se trata de um processo técnico que envolve um conjunto de negociações “bastante normal”.

A designação de patrocínio ao terrorismo é um processo separado, e “não uma negociação”, disse Kerry quando indagado sobre as conversas com Cuba durante uma entrevista coletiva conjunta com a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf. “É uma avaliação feita de acordo com um conjunto muito rígido de exigências, a mando do Congresso, que tem que ser abordada separadamente e está sendo abordada separadamente”, afirmou Kerry. Ele acrescentou que “nada será feito a respeito da lista até a avaliação estar concluída”.

O governo do presidente norte-americano, Barack Obama, está perto de completar sua análise sobre o lugar de Cuba na lista, que deve ser submetida ao Congresso antes de o nome de Cuba poder ser removido, declarou uma autoridade de alto escalão do Departamento de Estado a repórteres na quarta-feira. Os EUA esperam chegar a um acordo sobre a reabertura das embaixadas a tempo da Cúpula das Américas, entre 10 e 11 de abril, no Panamá, onde Obama e seu homólogo cubano, Raúl Castro, podem ser encontrar pela primeira vez desde seu anúncio conjunto de 17 de dezembro.

As conversações de um dia, lideradas por ex-diplomatas, decorrem da decisão anunciada em 17 de dezembro pelos dois inimigos da época da Guerra Fria de buscar a normalização das relações, incluindo a abertura das respectivas embaixadas nos dois países e troca de prisioneiros. Os EUA romperam relações diplomáticas com Cuba há 54 anos.

Cuba, governada por um regime comunista, está pressionando os Estados Unidos para removê-la da sua lista de terrorismo antes da restauração oficial das relações diplomáticas. O governo do país diz que as sanções contra bancos que fazem negócios com países enquadrados na lista impedem Cuba de conduzir assuntos diplomáticos nos Estados Unidos.

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A administração Obama está em fase de conclusão da revisão do lugar de Cuba na lista de patrocinadores de terrorismo, que deve ser encaminhada ao Congresso para que se possa remover o país, disse a jornalistas um alto funcionário do Departamento de Estado, na quarta-feira (25). Mas, segundo sugeriu o funcionário, o restabelecimento das relações diplomáticas não dependerá da lista sobre o terrorismo, embora a insistência de Cuba sobre a ligação entre as duas coisas possa atrasar a abertura de embaixadas.

Apesar de reconhecer o problema bancário, as autoridades dos EUA dizem que as conversações devem ater-se a questões específicas da regularização das funções das embaixadas. Washington quer que os diplomatas norte-americanos tenham liberdade para se movimentar como quiserem por toda a ilha e se encontrar com quem desejarem, incluindo dissidentes políticos. “Ambas as partes têm de ir para a mesa com o espírito de chegar a um acordo sobre essas coisas, e não colocar no caminho obstáculos que não estejam ligados diretamente à forma como nós atuamos como diplomatas nos países uns dos outros", afirmou o funcionário do Departamento de Estado.

As negociações desta sexta-feira dão continuidade a uma primeira rodada em Havana, no mês passado, e funcionários norte-americanos advertiram que o tom poderá ser mais prático. Os Estados Unidos esperam chegar a um acordo sobre a reabertura das embaixadas antes da cúpula de líderes regionais em 10 e 11 de abril, no Panamá, onde o presidente dos EUA, Barack Obama e o presidente cubano, Raúl Castro, poderão encontrar-se pela primeira vez desde o anúncio conjunto de retomada de relações, feito em dezembro.

Os dois países realizam atualmente negócios via seções de Interesses em Havana e Washington. Cuba diz que enfrenta problemas bancários com os EUA desde que o banco norte-americano que representa o país abandonou a função no ano passado e o governo cubano não conseguiu encontrar um substituto. O país foi enquadrado na lista de patrocinadores do terrorismo em 1982, por ter ajudado grupos insurgentes marxistas durante a Guerra Fria, mas atualmente está colaborando com o processo de paz entre a guerrilha colombiana Farc e o governo da Colômbia.